12 novembro 2006

Embriagados de palavras


Início da noite de sábado. Hora marcada, não para chegar numa festa ou na sessão de cinema. Reunião informal para “beber” palavras. Nove pessoas – entre elas, eu – embebedaram-se do poeta Manoel de Barros. Conversamos sobre sua obra, a forma que expressa idéias e sentimentos, como “moleca o idioma”. Lemos e ouvimos textos escritos por ele. Uma noite agradável e diferente, que se pretende seja repetida uma vez a cada mês.

Não se trata de encontro de intelectuais. Nem me considero como tal, embora para meu sobrinho de nove anos o fato de eu ter algum conhecimento de inglês me confira o adjetivo “inteligente”. Definimos quem será o autor-estudado na próxima reunião. A Clarice Lispector. Tenho curiosidade em saber mais sobre as obras dela; conhecer vários de seus textos. Uma leitora certa vez disse que tenho um pouco dela em minha expressão textual. Não me atrevo a comparar.

Lembro-me de numa palestra, o escritor e roteirista Alcione Araújo ter mencionado a dificuldade que algumas pessoas têm de compreender que há quem prefira ficar em casa lendo um bom livro a sair pra festas. Suponho que todos os participantes do encontro ao qual me referi aceitariam bem a justificativa “Desculpe, não aceitei seu convite porque estava envolvida com uma leitura maravilhosa e não quis interromper”.

Recentemente, terminei de ler “Nem mesmo todo o oceano” do próprio Alcione Araújo. Foram quase oitocentas páginas de um romance, cuja obra recomendo. Deixei de ir a uma festa, não exatamente devido à leitura – que pelo volume precisou ser pausada muitas vezes –, mas confesso que lia o livro enquanto a festa acontecia.

Reuniões como a que citei deveriam ocorrer às milhares. Ouvimos idéias escritas e ditas por outros; concordamos ou discordamos. Mas respeitamos. “Lugar sem comportamento é coração”, alerta Manoel de Barros. Coração empedrado não deveria existir nem mesmo fora dos poemas.

19 agosto 2006

Exercício do silêncio

O mês de agosto carrega com ele um pré-conceito evidenciado quando se diz que é o mês do desgosto. Questões históricas à parte, muita gente agarra-se a palavras balbuciadas num tempo qualquer e sai a repetir incoerências. Talvez até fizessem sentido numa ocasião, mas hoje são inoportunas e insensatas.

Falem mal, mas falem de mim”. Eu já disse isso, você já deve ter dito. Mas de maneira nenhuma me encaixo na frase. Se for pra falar mal, prefiro que não mencione meu nome! Temos pressa desmedida em dizer alguma coisa e podemos ser carrascos de nós mesmos ao agir assim.

Uma amiga aconselha que exercitemos o silêncio, mas ela reconhece que tem dificuldade de colocar a façanha em prática. Não que devamos emudecer, baixar a cabeça, não se defender, mas ao menos dominar a ânsia de contra-atacar. O silêncio pode ser a melhor resposta. O olhar se comunica; o corpo se comunica. Nem sempre a voz é o instrumento mais adequado.

Reconheço que com o tempo nos vemos à beira de uma explosão “palavresca”, que geralmente nada acrescenta ou resolve. Aquele velho método de contar até dez não funciona quando o grau de saturação é intenso e inflamado. “Estou cansada de gente”, ouvi uma mulher dizer após ser atendida eficazmente numa repartição pública. Ela externou seu rancor, sua raiva do “mundo”. Cansou dela mesma.

Já pensou chegar ao extremo de não confiar em ninguém? Temos inimigos ocultos; inimigos declarados. Somos o algoz de alguém mesmo sem saber. Fantasiamos. Fantasiam. Muitas verdades precisam ser ditas, mas a hora e a maneira de dizer precisam ser descobertas e aprendidas. Só temos a resposta quando praticamos o silêncio.

02 agosto 2006

De bem com a natureza

Passeio ciclístico + caminhada em trilhas + travessia em rios marcaram o domingo de um grupo de pessoas no dia 23, em Lagoa de Cima, na cidade de Campos, Estado do Rio de Janeiro. No texto abaixo "Na trilha da alegria" está um pequeno relato de como foi aquela salutar aventura.

Fiquei de postar mais fotos do evento, aqui estão. A promoção foi da Hard Bike - loja do entusiasta José Ornis Rosa.

Valeu a pena participar! Ah, as fotos foram tiradas por mim.





Os cliclistas atravessaram também o Rio Imbé
Pequena mostra da bela Lagoa de Cima
Trilhas pra caminhada foram uma emoção a mais no passeio


29 julho 2006

Na trilha da alegria

Ciclistas atravessaram o Rio Urubu

Verde, lagoa, rios, ar puro, céu azul e solidariedade. Ingredientes que garantiram a receita “domingo feliz”. Pelo menos cinqüenta pessoas, entre homens, mulheres e adolescentes, percorreram trinta e três quilômetros ao redor da Lagoa de Cima, em Campos-RJ, montadas em bicicletas.

Não me contaram. Vi e participei de cada etapa de uma aventura que durou quase quatro horas. Cada porteira aberta no trajeto sinalizava novas emoções, mais beleza natural e a certeza de que o ser humano precisa namorar a natureza pra se casar com a paz. O sorriso hoje em dia não é muito fácil de ser visto. Mas naquele percurso ria-se, e com satisfação.

Meter o pé na lama, atravessar rios com barro no fundo, cair acidentalmente na água, descer da bicicleta para andar em trilhas não muito fáceis de caminhar, pisar sem querer em esterco de gado por estar maravilhado com a paisagem não tirou o sorriso do rosto de ninguém. Estreantes na aventura eram acompanhados por ciclistas mais experientes, a fim de que nenhum de nós perdesse a trilha do passeio.

O desejo de participar de uma incursão assim era acalentado há tempo. Quando o convite chegou, não poderia recusar. Eu me presenteei. Fiz fotos. Pedalei muito. Distraí-me um tanto. Sorri à beça.

A memória será minha companheira. Vasculharei o que há nela referente àquele domingo e me lembrarei que o sorriso da natureza contagiou a todos. A simplicidade é substantivo feminino que caracteriza a forma simples e natural de viver. O sol-de-mel com a natureza foi ótimo. Voltei pra casa em paz.

Jornal Monitor Campista, 2º Caderno, 25/07/2006
Tentei publicar outras imagens captadas durante o passeio pra postar junto com o texto acima, mas por questões técnicas não está sendo possível. Postarei em outra ocasião. Volte pra conferir, ok?

17 julho 2006

Eu me rendo...


















Quem acompanha meus posts já deve ter percebido que gosto bastante de fotografar, especialmente paisagens. A foto acima é uma das que tive a alegria de clicar recentemente. Ela compõe um painel para fotos/gravuras que tenho na sala de minha casa. Nele coloquei três fotos reveladas no tamanho 20x25. Assim vario as fotos que ficam no painel sem estar limitada aos quadros. Daqui a algum tempo mudarei as imagens, que ficam presas através de discretos ímãs. Bastante prático e funcional. Uma espécie de exposição particular, entende?

* Foto clicada na Vila dos Pescadores, em Atafona, praia de São João da Barra/RJ, Brasil

01 julho 2006

O vôo do MARIO

Registro em Atafona, praia de São João da Barra. Mistura de rio e mar. A foto foi tirada por mim perto da Vila do Pescador. A poucos metros, mar e rio se encontram. Mas a fúria do mar respeita a calmaria do rio. E o pássaro que habita naquele vistoso lugar, voando sobre a água, deve ser chamada de m a r i o. Naturalmente bela; eis a natureza.

27 junho 2006

Contemplação

Mais uma foto captada em minhas andanças por Atafona, praia do município de São João da Barra/RJ. Em foco o nosso Rio Paraíba do Sul com barcos de pesca ancorados nele. A natureza nos presenteia com paisagens como esta, a nós nos resta registrar, compartilhar com outros internautas e agradecer ao Pai do Universo.

26 junho 2006

Natureza e poesia. Quanta redundância!


Rio Paraíba do Sul, em Atafona, São João da Barra/RJ

"... Perdoar e fazer crescer
O bem comum, o seu trabalho, seu sustento
A emoção de ver seu filho tecer,
Com a mão, a cor da liberdade
Sua casa, sua clara, clara, paz
Celebrando
A natureza

Abraçar o mundo na ternura e na dor
Elevar o pensamento
E tornar-se rei (...)"

A primeira estrela
by Túlio Mourão, Milton Nascimento e Tavinho Moura

Foto de Fátima Nascimento

19 junho 2006

Passeio urbano

A galinha e os pintinhos saíram pra passear.

"(...) por dentro ainda sou a menina que se assusta ou diverte com qualquer bobagem que outros nem percebem, entretidos que estão com assuntos mais importantes" (Lya Luft).

Não fui eu quem disse, mas a colocação da Lya Luft tem muito a ver comigo.

Foto by Fátima Nascimento

18 junho 2006

Brasil 2 X Austrália 0

Dia 22, mais uma etapa a ser vencida. A adversária da seleção brasileira será a do Japão. Que o merecedor da vitória seja o Brasil. Desejamos!
Blog do Kaká
O jogador Kaká, autor do primeiro gol favorável ao Brasil na Copa do Mundo deste ano, nos tempos livres, ataca de blogueiro. Veja só.
Blog do Ceni
Outro jogador que deixa suas impressões em blog é o goleiro Rogério Ceni - reserva na Seleção Brasileira de Futebol. Veja também.
Pode ser que quando acabar a competição eles continuem blogando. É o que esperam seus admiradores.

17 junho 2006

Mais que entardecer



O entardecer é um convite à reflexão.
O que foi feito do dia que termina?
O que será da noite que chega?
Que espetáculo maravilhoso vem da natureza.
Ela é graciosamente linda!
Retribuímos com a nossa contemplação.

Foto by Fátima Nascimento na praia de Grussaí, em São João da Barra/RJ.

13 junho 2006

Os exemplos

"A correção deve ser feita na hora, com energia; a análise da situação depois, com afeto (...)".

Este é um dos muitos ensinamentos da psicopedagoga Cristina Coronha no livro Melhores Pais, Melhores Filhos. Educar pelo exemplo. Li e recomendo. A obra é bem interessante, inclusive para professores.

Cristina Coronha esteve na 4ª Bienal do Livro de Campos, encerrada dia 04/06. Participei de uma oficina com ela e gostei bastante.

Brasil 1 X Croácia 0

Que tenha sido o primeiro de outros gols favoráveis à seleção brasileira de futebol.

12 junho 2006

Bola no texto

Fátima Nascimento

Treze de junho. Dia de estréia da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2006. Como está o humor do brasileiro? Saber isso é importante pra nortear minhas palavras. Talvez não adiante falar nada muito sério. Economia, política, violência, eleição presidencial não devem dar ibope.

Vejo bandeirinhas em carros. Ruas enfeitadas. Bandeiras em casas e apartamentos. Na minha infância e adolescência era melhor. Talvez por ser mais jovem e não ter preocupações maiores, curtia mais. Gostava de acompanhar as pinturas nas ruas, muros. Era uma delícia! Mas não estou assim tão desmotivada ou insensível...

Há uma semana uso caneta com as cores amarela e verde no meu trabalho. Estratégia de receptividade. Assim, imagino, esmoreço o coração das pessoas que estão ao meu redor, enquanto conquisto o pão-nosso-de-cada-dia.

Ao passar por mim hoje, na rua, verá que tenho no peito um broche com a bandeira do Brasil – acessório que utilizo quando voto pra presidente do país e por ocasião de competições esportivas com a participação da seleção brasileira. Formas singelas de manifestar o meu desejo de resultado favorável ao Brasil.

Palpite pra não fugir do tema do dia: Brasil, dois a zero. Gols de Adriano e Ronaldo Fenômeno. Não entrei em nenhum “bolão”. Mas a vida por si só é um jogo em que estamos sujeitos a vitórias e derrotas.
Resultados à parte, digo em mau-alemão e em bom-português que “Der Fußball von Brasilien ist Bestwert der Welt” (o futebol do Brasil é o melhor do mundo). Que este conceito seja confirmado no final da competição.

Jornal Monitor Campista, 2º Caderno, 13/06/2006

10 junho 2006

Passa-se orquestra, urgente!

Recomendo em casa que as janelas sejam fechadas assim que comece a anoitecer. Os mosquitos estão mais presentes nos últimos dias. Quando vou dormir fazem questão de dizer que estão ali, velando meu sono. O zumbido é desagradável e desafinado. Ligo o ventilador, cubro as orelhas e finalmente adormeço.

No dia seguinte a cantoria noturna se repete. Além da janela, a porta do quarto também passou a ser fechada a partir de certo horário. Será que entram pelo buraco da fechadura? De repente alguns já moram dentro do meu quarto e ficam acomodados durante o dia debaixo da cama e atrás do guarda-roupa.

Ao menos uma conclusão: os “meus” mosquitos são intelectuais. Tenho por hábito ler antes de dormir. Enquanto faço a leitura, os visitantes malquistos não incomodam. Basta fechar os olhos pra sinfonia começar.

Inseticida neles! – sugeriria você. Esta foi a primeira providência. Daí eu ter chegado à segunda conclusão. Os bichinhos estão mais resistentes que antes. Por mais baforada que eu dê não cai sequer unzinho pra fazer a alegria da casa. O produto é de má qualidade! – diria você. Errado! Marca conceituada, ao menos até então.

Não chego ao ponto de dizer “ou eles ou eu”. Afinal, a casa e tudo o que há nela não vieram de bandeja. Houve e há um tanto de suor pelas conquistas e inúmeras bênçãos divinas. Eles é que saiam do meu quarto, da sala e vão cantar em outra freguesia... Aliás, estou passando de graça uma orquestra sinfônica intelectualizada. Quer pra você?

Texto de Fátima Nascimento
Jornal Monitor Campista, 2º Caderno, 06/06/2006

05 junho 2006

Ao encontro do (a)mar

A menina entra no mar, com a prancha como escudo e apoio ao seu corpo. Sobre as ondas ela quer deslizar; o medo deseja enfrentar... O mar tem um quê de mágico que fascina... As ondas se renovam para o encanto não se quebrar.

Foto: Fátima Nascimento

31 maio 2006

Eu bebo palavras. E você?

Fátima Nascimento

Palavras existem de todo tipo: as ditas para responder; as pronunciadas para perguntar; as que emitem opiniões; as que calam a razão e deixam fluir a emoção. Podem ser lidas ou ouvidas. De qualquer maneira, prefiro palavras bebíveis. Letras não estão na forma líquida, mas existem falas que temos sede de beber. Não deixamos escapar sequer uma letra. Queremos matar nossa sede de conhecimento. Palavras que façam alguma diferença no nosso tumultuado cotidiano.

Com tal sede estive na 4º Bienal do Livro de Campos no seu primeiro dia, no sábado 27. Tomei cada palavra da escritora e educadora Cristina Coronha. “Temos atraído pessoas para nossas descobertas?” - perguntou. Fiz mea-culpa. Compartilhava mais meus aprendizados. A resistência das pessoas em crescer, arregaçar mangas, fazer a diferença no meio em que vivem/trabalham, me fez recuar. Faço uma seleção quase instintiva sobre com quem dividir minhas descobertas e conceitos.

Temos que criar pontes; vínculos. Nós é feito d´eus ”, engoli novamente. Cristina Coronha defende a união de pessoas em torno de idéias, mas sempre com o tempero afeto. “Temos que educar crianças, mas temos que reeducar adultos (...) O exemplo é sinal de que tenho algo para dar. Eu só posso dar o que eu tenho”. Bebi cada palavra, cada pensamento na oficina “Melhores pais, melhores filhos: educar pelo exemplo”.

Se quanto mais se aprende, mais se quer saber, eu quis mais. O cronista e romancista Alcione Araújo deu-me novos goles. “Nunca o mundo esteve tão despreocupado com o outro e radicalmente preocupado consigo”. Nenhuma novidade, mas temos que ouvir pra entrar dentro de nós e quem sabe provocar alguma mudança.

Somos passivos em excesso. O capitalismo enraizado nos tira de nós mesmos, rompe a nossa relação afetiva, nos torna máquinas. Somos números na selva de pedra em que transformamos nossa vida, nosso habitat. Alcione alerta que o nosso tempo está sendo roubado pelo capitalismo avançado e a emoção cedendo lugar à razão.

As pessoas cada vez dedicam menos tempo aos seus desejos. Você corre o risco de fracassar a sua vida por não dar importância ao desejo”, alfineta. Quando Alcione fala “desejo”, não se refere ao carnal, mas sobre permitir-se imaginar, sonhar para então realizar. Enquanto escritor, ele tem consciência de que só é efetivamente ouvido quando o seu verbo não está sob o controle da razão, mas da emoção.

A crônica é uma aventura diária necessária, disse o jornalista Luís Peazê – integrante do time de escritores no evento. Deste ponto de vista, uma vez por semana sou embarcação. Levo quem faz a leitura de meus textos a lugares que dependem da experiência de quem os lê. Se as pessoas são diferentes, a percepção estética, emocional e racional também varia Quando você chegar ao ponto final, terá lido 482 palavras. Mas se o leitor completa o texto, como disseram Luís Peazê e Alcione Araújo, a próxima palavra é sua.

Jornal Monitor Campista, 2º Caderno, 30/05/2006

28 maio 2006

A vez da emoção


Alcione Araújo (à esquerda) em palestra na Bienal do Livro de Campos

No primeiro dia da 4º Bienal do Livro, em Campos/RJ, participei de duas oficinas (sobre elas falarei outra hora) e de palestra no "Café Literário". Pelo café (opcional) paguei três reais, mas consumi gratuitamente as palavras de Alcione Araújo. O cronista e romancista falou sobre escrever com a emoção em detrimento da razão. "Só vou aparecer como realmente eu sou quando o meu verbo não estiver sob o controle da razão", disse.

Vencedor do Prêmio Jabuti 2005 (categoria crônica) com o livro "Urgente é a vida", Alcione revelou que o título da obra baseia-se no fato das pessoas cada vez dedicarem menos tempo aos seus desejos. "Você corre o risco de fracassar sua vida por não dar importância ao seu desejo. Aposto mais no seu desejo que na razão, pois a razão está viciada pelos seus limites".

A 4º Bienal começou em 27/05 e termina dia 04/06, com entrada franca, na Fundação Rural, em Campos/RJ, das 10h às 22h. Mais informações no site da prefeitura.

Observação:
Embora Alcione Araújo estivesse na programação do evento,
não encontrei nenhum livro do autor à venda nos estandes de expositores.

foto: fatimanascimento

27 maio 2006

Eu leio livros. E você?

Participar da 4º Bienal do Livro, em Campos dos Goytacazes/RJ, está nos meus planos para este fim de semana. O evento ocorre de 27 de maio (sábado) a 04 de junho na Fundação Rural, das 10 às 22h. De acordo com o site da Bienal, confirmadas as presenças, dentre outras, de Affonso Romano de Sant'Anna, Alcione Araújo (de quem li "Urgente é a vida" e adorei!), Floriano Teixeira, Ignácio de Loyola Brandão, Joel Rufino dos Santos, Nelida Piñon, Ney Lopes, Roberto da Matta, Thiago de Melo e Ziraldo.
A seção de livros infantis e juvenis é uma boa oportunidade para incentivar o gosto pela leitura nos adultos de amanhã.

Simples observações:

- À meia noite e meia do dia 27/05, ainda não estavam no
site do evento as atividades culturais.

- A feira de livros deveria ser realizada a partir de 10 de junho, quando a maioria das empresas já terá feito o pagamento de salários a seus funcionários e o governo do Estado e prefeitura aos servidores públicos. Afinal, livro se compra com dinheiro.

* Foto captada por mim, em Campos, na última Bienal do Livro .

21 maio 2006

Nossa busca


A palavra mágica
by Carlos Drummond de Andrade
Certa palavra dorme na sombra
de um livro raro.
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.
Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo,
procuro sempre.
Procuro sempre, e minha procura
ficará sendo
minha palavra.
Imagem: FNascimento

16 maio 2006

Alegria e ilusão no país do futebol

Vinte e quatro dias. É o tempo que nos separa da décima oitava edição da Copa do Mundo. Daqui a 576 horas a bola estará prestes a rolar no campo. A euforia tomará conta do povo. Por um tempo não se dará muita importância ao que ocorre no Congresso Nacional, nos Poderes Executivos e nas Assembléias Legislativas, apesar das eleições pra presidente, senadores, deputados federais e estaduais em outubro.

Tem sido assim. A cada quatro anos o brasileiro se deixa envolver pelo futebol, embora não tão-arte como outrora. Ouço torcedores preocupados com a possibilidade de perderem os jogos. A primeira partida do Brasil será às quatro da tarde de uma terça-feira, 13 de junho. Mas este obstáculo deverá ser driblado com televisores nos locais de trabalho ou expedientes mais curtos. Enfim, o dito país do futebol estará voltado pra bola. Nestas horas cabe bem a expressão de que “o mundo é redondo”.

Por mais que o futebol ainda encante, não há o mesmo glamour de antigamente, seja pelo que é mostrado em campo ou pela forma como os jogadores encaram o ofício. O passe está mais valorizado. O “amor à camisa” foi substituído pelo amor às cifras que o time pode oferecer. Sem falar nas brigas em campo, entre torcedores, entre jogadores e entre torcedores e jogadores. Na disputa ganham os que enchem os bolsos. E não somos nós.

O resultado da Copa do Mundo ou de qualquer outra competição em nada altera a minha vida profissional e a de quase todos. Contudo, desejo a vitória do nosso país. Gosto da alegria contagiante no rosto do povo; da bandeira nos carros, em sacadas de casas, varandas de apartamentos. Gosto das bandeirinhas verde-amarelas nas ruas e também das buzinas que lembram que é dia de jogo. Gosto da voz uníssona de um canto a outro do país.

Como num passe de mágica, quando a seleção brasileira está em campo, não faz diferença se a torcida é da favela ou da área nobre. Não importa se temos uma guerra civil na vida real. Todos temos o direito de sonhar. Desejo tão igual: queremos gols. Todos temos o direito de experimentar a alegria. Parafraseando Vinícius de Moraes, e que seja eterna (a alegria) enquanto durar a Copa, pelo menos.

15 maio 2006

Jamanta presidente!

O que o presidente Lula tem em comum com o Jamanta da novela da Globo? Você até pode dizer que os dois não têm nada a ver um com o outro, mas não é a opinião do senador Mão Santa (PMDB/PI). Recentemente, na tribuna, ele disse que "ambos não sabem de nada".

Mecânica de batom

Aprovado o curso mecânica básica para mulheres promovido pelo Detran-RJ. Recomendo!

10 maio 2006

Litoral sanjoanense


Quem estiver no litoral de São João da Barra (RJ), certamente conhecerá a Praia de Grussaí (foto). A praia fica a trinta minutos da cidade de Campos (RJ). A cor de sua água é variável. Pode estar verde ou barrenta por influência do Rio Paraíba do Sul. Muitos campistas, durante o verão, partem para o litoral sanjoanense, deixando Campos quase "deserta".

Foto: Fátima Nascimento

09 maio 2006

Leitura amarga


Existem notícias capazes de causar enojamento que melhor seria não ter conhecimento delas. Mas contrariando o nosso desejo são exatamente as manchetes escabrosas que mais nos atraem. Talvez seja por uma necessidade inconsciente de entender o que motiva pessoas aparentemente tão iguais a nós a atos cruéis e insanos. A informação “Mãe de 16 anos espanca até a morte bebê de dez meses” chamou minha atenção. Mais que isso: deixou-me consternada. O crime ocorreu em Ribeirão Preto no dia 15 de abril.

De acordo com matéria publicada no site “Oi”, a mãe não suportou o choro da criança. O bebê não possuía um botão que o fizesse chorar e parar de chorar, tal qual bonecas que são comercializadas em lojas infantis. Natália era de carne e osso; não resistiu ao espancamento. Segundo laudo do IML, ela teve traumatismo crânio-encefálico e perninhas quebradas.

Atitude que nos leva a questionar “que mãe é essa?”. Ao mesmo tempo em que condenamos sua impaciência e desamor, temos a convicção de que não tinha maturidade pra ser mãe e a quase certeza de que a gravidez foi indesejada. Mas calma lá: não faz muito tempo uma mulher deixou a filha dentro de um saco em um rio. A deste caso já não era adolescente. Não podemos justificar os atos conforme a idade. Parece haver uma maldade entranhada e que vem à tona de repente.

Mas não deve ter sido uma crueldade que provocou a morte de outro bebê há poucos dias. O pai esqueceu a criança dentro do carro. Foi trabalhar. Quando se deu conta, já era tarde. Ela morreu. Tenho pena deste pai, de sua esposa. Uma fatalidade. Mas quando se tem consciência dos atos, a maldade apresenta-se sem máscara e nos agride.

Diz o escritor Alcione Araújo que “o outono é um belo momento no qual a natureza troca de pele, renova-se, rejuvenesce, reúne forças, prepara-se, enfim, para enfrentar o inverno”. A natureza humana também precisa deste tempo. Outras notícias chegarão.
Texto de Fátima Nascimento publicado no Jornal Monitor Campista em 18/04/2006.

06 maio 2006

Trabalho em equipe

É natural na vida o dilema entre sermos nós mesmos ou o que os outros desejam que sejamos. Na verdade essa guerra velada pode começar ainda na adolescência, quando pais cobram que o filho siga determinada profissão. O jovem pode vencer esta batalha, mas não será a única em sua vida.

Mais tarde ele enfrentará novos desafios, inclusive no mercado de trabalho. O principal deles é o próprio ser humano. Trabalhar em equipe é uma das grandes necessidades na modernidade. Pode parecer simples, mas resultados satisfatórios dependem de boa liderança e comprometimento dos que compõem a equipe de trabalho.

Utilidade Pública / Procura-se


Nome: ANGELO HENRIQUE OLIVEIRA FONSECA
Data de Nascimento: 22/10/1989
Desaparecimento: 08/12/2003
Local: Belford Roxo

O blog Verbo Solto quer colaborar na localização de crianças e adolescentes desaparecidos. As informações e imagem foram extraídas do site do Ministério da Justiça. Pra mais informações, clique AQUI.

04 maio 2006

Encanto e desencanto

Rio Paraíba do Sul e seus encantos. Ao fundo, a ponte Barcelos Martins, em Campos, Estado do Rio de Janeiro. A foto eu tirei num período de cheia do rio. Na ocasião, os meninos tentavam conseguir algum peixe. Mas dá pra pescar a esperança, a paz, a dignidade? Geralmente, conforme o nível de água que o nosso Paraíba alcança, a população ribeirinha fica carente de tais "coisas".
Foto by Fátima Nascimento

02 maio 2006

O mar como testemunha


Hora de escrever. Busco na memória cenas que chamaram minha atenção nos últimos dias. Uma delas vem em primeiro lugar. Num dia de descanso, sem trabalho, fora de casa e da cidade, o sol me convidou a ir ao encontro do mar.

Em dia de praia quase deserta o melhor é ficar perto de pessoas que estejam em família, tipo pai e mãe com criança. É mais seguro. Quem curte praia e natureza preza a brisa suave, o aroma típico de praia. Mas naquele dia estava diferente.

Enquanto eu caminhava e observava em derredor da praia em busca do lugar adequado pra me acomodar, o vento foi portador de um cheiro que não combina com o mar, o sol, a brisa agradável de uma orla marítima. Dois rapazes faziam uso de alucinógeno. Fumavam maconha na beira-mar.

Que alucinações poderiam ser melhores que a realidade da beleza do mar, do sol esplendoroso, da calmaria de uma praia com pouca gente? Seus corpos estavam ali, mas a cabeça deles devia estar longe. Entraram no mar, talvez com tubarões em seus pensamentos.

Após algum tempo sentada, fui caminhar e correr. Eles tinham ido embora quando voltei. A praia estava ainda mais vazia. O pai, a mãe e a criança continuavam no mesmo lugar. Não sei se viram o que ocorria há poucos metros donde estavam.

Não precisamos perder a razão com alucinógenos. Mas manter a mente sã pra transformar sonhos em realidade. Leonardo Boff, no livro Ética da Vida, diz que o coração humano, não possui apenas fome de pão, “mas principalmente fome de sentido, de acolhida, de espiritualidade e de Deus”. Fomes estas não saciadas com drogas.
Texto e foto de Fátima Nascimento - Jornal Monitor Campista, 11/04/2006

01 maio 2006

Lula lá no Caricarte do Nei


Registro do amigo Nei Lima no seu blog Caricarte. Trouxe pra cá pra dividir com os leitores do Verbo Solto. Sou admiradora de charges e caricaturas!

26 abril 2006

O que vai jogar fora?


Pode ser algo que você tenha ou que tem muito por aí.
Você quem sabe... A hora é de limpeza!
Um dos itens que eu jogaria fora é a inveja.
Graças a Deus não cultivo tal sentimento em mim.
Foto by Fátima Nascimento

24 abril 2006

Desejo de partir


"(...) vida sem entusiasmo é como festa que perdeu a graça:
a gente tem vontade de pegar a bolsa e ir embora".
- Dito por Lya Luft em "O rio do meio".

Todos corremos o risco de vez ou outra desejar partir. E é saudável, de certa forma. Sinal que não estamos acomodados, queremos outra coisa, almejamos mudança. Faz parte do nosso ser "inquieto" e competitivo. De repente, conseguimos a mudança sem mesmo sair do lugar. Questão de pensamento e atitude. Aquele velho papo de começar dentro de nós, em nós. De dentro pra fora, estas coisas...

22 abril 2006

Deixe a janela aberta


Gosto de janelas. Nada a ver com o material de que são feitas, mas sobre o que se pode ver através delas. Nada a ver também com bisbilhotar a vida alheia. Sou do tipo que observa todos os quadrantes. Vejo o céu, as nuvens, seus desenhos imaginários. Fico feliz quando avisto aves, mesmo que sejam urubus. Quando me concentro no quadrante inferior, olho as árvores, pássaros nelas, folhas verdes ou o sinal de que o outono chegou. Verifico o que mais há nas calçadas. Se estão sujas, limpas, com ou sem mato. Alegro-me quando encontro crianças com bolas-de-gude, pipas ou brincando de amarelinha.

O passeio visual continua. Olho para um lado, para o outro. Percebo quando há uma discussão mais inflamada ou quando alguém remexe as lixeiras procurando pelo resto de alguma coisa que possa amenizar sua miserabilidade. Aí eu me escondo. Não desejo constranger. Vejo cachorros nas ruas. A lata de lixo não é apenas deles.

Muitas janelas podem ser usadas como camarotes vip. Através das do trabalho visualizo “flanelinhas”, pessoas que passam rápido demais ou vagarosamente. Homens com terno e sem terno; mulheres muito ou pouco arrumadas. Carros modernos, clássicos, antigos e novos. Estudantes adultos e estudantes adolescentes. Crianças sem escola que apelam para a compra de guloseimas. Outros humanos a quem chamamos mendigos ou pedintes, que geralmente são inconvenientes na insistência por algum trocado. Um mesmo planeta com lados opostos.

Impossível esquecer de uma cena que vi há muitos anos, quando eu estava do outro lado da janela, do lado de fora. Era uma criança que dava os últimos suspiros de vida. A janela da casa dela estava aberta e quem quis viu que a fome e a desnutrição podem ser fatais.

Há momentos em que a vontade é de fechar a janela. Mas seria uma auto-enganação. Pode ser covardia viver no escuro todo o tempo. Melhor encarar. Melhor enxergar. Melhor atirar-se na vida, mesmo que haja uma tempestade lá fora ou no interior de outras janelas ou dentro de nós mesmos. Mantenha os olhos atentos e permita que o coração chore ou sorria. Depois, aja com sabedoria.


Texto e foto by Fátima Nascimento - Jornal Monitor Campista, 2º Caderno, 04/04/2006

18 abril 2006

Pescaria difícil

Uma lagoa. Não é a lagoa azul daquele filme já exibido tantas vezes na televisão, mas a de Grussaí, em São João da Barra/RJ. Também não é encantada, mas bem que poderia ser... Da sua água doce poderiam emergir - não somente peixes - , mas homens públicos que respeitem o povo. Carecemos disso.

Foto: Fátima Nascimento

16 abril 2006

Bares de oxigênio?

Chegou ao Brasil a prática de "bares de oxigênio". O O2 é passado através de canudinhos individuais e intransferíveis ligados diretamente nas narinas dos consumidores. Para o professor de pneumologia da UERJ, Arnaldo José Noronha Filho, a medida é perigosa.
Nós constatamos que quem cheira oxigênio em altas concentrações durante muito tempo pode até desenvolver uma fibrose pulmonar ou mesmo acabar alterando o mecanismo automático de respiração do corpo”, alerta Arnaldo Filho.
Matéria sobre o assunto está no site no mínimo. Como eu adoto a máxima de que "na dúvida, não ultrapasse", recomendo que leia a reportagem, antes que você, familiares e amigos sejam atraídos pelos "bares de oxigênio".

15 abril 2006

O som da esperança


Ver crianças envolvidas com música é inspirador. Pequenas mãos mágicas que a cada dedilhar de cordas nos convidam a renovar a esperança.

As meninas da foto são de São Fidélis, Estado do Rio. Na ocasião elas participavam do "Café Literário" no Palácio da Cultura, em Campos/RJ.

Foto: Fátima Nascimento

14 abril 2006

Imaginação em uso


O que é isso?
Ah, um pé de passarinho...
As aves voam quando estão maduras.
Um lindo espetáculo da natureza!

Foto de Fátima Nascimento

11 abril 2006

Destruição anunciada

A foto acima registra as conseqüências do avanço do mar na praia de Atafona, em São João da Barra, Estado do Rio de Janeiro. Dezenas de casas já foram "engolidas" pelas ondas e muitas ruas desapareceram. O fenômeno ocorre há mais de 10 anos na praia sanjoanense. Um belo cenário para fotos, mas uma triste realidade pra moradores e veranistas.
Foto by Fátima Nascimento clicada em março/2006.

09 abril 2006

Mocinhos amedrontados

A vida não é uma novela. O final feliz não é certo e sequer temos uma sinopse sobre cada pessoa que está ao nosso redor ou que se aproxime de nós. Não temos capítulos previamente escritos. Nossa vida é construída dia-a-dia. O fim pode ser a qualquer momento, com um desfecho que foge ao controle. O dinheiro não é cenográfico; precisamos do papel-moeda verdadeiro.

Atores ou não, somos personagens na engrenagem mundial e temos um roteiro com adaptações diárias. O figurino é completo. Vestimo-nos, por vezes, de palhaços, colocamos armaduras pra ataque e defesa, também carapuças em nós e em tanta gente. Mas somos e lidamos com pessoas reais. As lágrimas e os sorrisos são de verdade, embora exista quem ache engraçada a desgraça alheia e quem chore fingindo uma dor que não sente.

Há personagens perigosos, talvez no mesmo palco que você. Quando estamos no carro ou no ônibus, podemos ser abordados pelos que desempenham o papel de bandidos. Sem dó, podem cortar nosso pescoço, ao puxar um cordão; arrancar nosso dedo, pra ter um anel. Matam por um carro, pela droga, pela ganância, pelo sabor da vingança, porque ignoram o mandamento “não matarás”.

Quem dera as lágrimas tristes viessem à tona apenas em razão de uma cena emocionante na novela ou filme. Não é assim. O que fazer, então? Não dá pra se esconder ou andar pelas ruas com um detector de violência. Não dá pra aderir à síndrome do pânico e temer a própria sombra. Já ouvi bastante que “violência gera violência”. Está na hora da paz gerar paz. E que a produção seja tamanha que neutralize os vilões da humanidade.

* Texto de Fátima Nascimento publicado em 10/08/2004 no Jornal Monitor Campista

07 abril 2006

Atrás de manchetes, câmeras, microfones...

Profissional de comunicação social por formação e prática, não deixaria de me manifestar no Dia do Jornalista. A profissão não é tão glamourosa quanto aparenta. Trabalhos em sábados, domingos, feriados e salários geralmente não compatíveis com a responsabilidade. Mas não me arrependo de um dia ter optado pela faculdade de jornalismo, concluída em 1991. Sou do tipo multimídia, com atuação em rádio, jornal, televisão e web. Não estou mais no dia-a-dia do jornalismo por opção própria, mas em síntese digo que valeu a pena.

Parabéns a todos os colegas jornalistas!

Na foto: Senador Nelson Carneiro

06 abril 2006

A noite sempre vem


Gosto da noite. Mas não só para dormir, embora aprecie uma boa noite de sono. Ela chega como uma recompensa pelo dia de trabalho, pela correria pra não se chegar atrasada nos compromissos diurnos, pra se dar conta das tarefas dentro do possível. Também é a noite que tenho a chance de fazer uma leitura agradável, navegar na internet, assistir à televisão... Deve ser por isso que sempre vou dormir tão tarde. A foto ao lado é um pouco antiga. A lua me convidou a olhar pela janela. Aceitei.

03 abril 2006

Você já viu uma coruja?


Se tem uma coisa que me deixa feliz é ver uma coruja. Se eu tiver a chance de fotografá-la, então, é sorriso de orelha-a-orelha. Dia desses eu vi uma bem grande, devia ser macho, pelo o que andei lendo a respeito deste animal que é símbolo de sabedoria. Deve ser por isso que a sabedoria nos homens anda escassa. É raro encontrar corujas, especialmente em área urbana. A da foto eu cliquei ano passado. Felicidade, claro!

02 abril 2006

Espante os urubus!


Baú de sentimentos

O baú está cheio. Uma mistura de coisas boas e ruins em um pequeno espaço. Tampa pesada e chave perdida. Não se consegue abri-lo pra deixar ir embora o que não traz boa recordação. Muitas pessoas seguem levando o baú nas costas durante anos. Têm medo de arrebentar a fechadura. Temem encontrar a alegria de outrora e comparar ao que têm hoje. O baú, para muitos, é um fardo; para outros, um conselheiro.

Estar preso ao passado, não é bom. Tirar lições para o presente e futuro, aí, sim, vale a pena. Mas não é comum. Há os que olham para trás e crucificam os outros pela tristeza que sentem e existem os que culpam a si mesmos. Relacionamentos mal-sucedidos, oportunidades de trabalho perdidas, amizades rompidas, maldades feitas e sentidas – tudo no baú; ou fora dele, mas, acreditam, conseqüência do que está lá.

O baú está trancado. Alguém disse que a pessoa que o faria feliz ficou no passado. E esta dita certeza não o deixa ver alegria no que pôde experimentar ao longo dos anos. A vida não é um conto de fadas ou uma novela com diversos finais gravados. Em vários momentos temos escolhas a fazer. Precisamos assumir nossas opções. Enquanto você culpa o passado ou chora por ele, o presente está indo embora e ficando pra trás também.

Se necessário, abra o baú. Se estiver em tempo, resgate algo de bom que esteja lá dentro e se permita ousar. Tome uma atitude positiva. Eu não sei o que já tem no seu baú. Mas estou certa de que o mais antigo deve ficar no fundo e ser remexido tão somente pra contribuir para um amanhã melhor. Os erros de outrora podem ser nossos professores hoje. Chega de chorar pelo leite derramado. Tiremos proveito do leite que sobrou.
* O texto acima é de minha autoria e foi publicado no Jornal Monitor Campista em 17/08/2004.
Foto by Fátima Nascimento

01 abril 2006

É verdade

A partir deste 1º de abril, o salário-mínimo é de R$ 350 (trezentos e cinqüenta reais). Mas não vou tirar proveito da data e dizer que tal valor é suficiente para o sustento de uma pessoa, quiçá de uma família. O povo não merece... e ninguém vai acreditar mesmo.


Dia de Pinóquio
Clique AQUI e saiba como surgiu o Dia da Mentira.

31 março 2006

Cantiga de acordar

Uma vez por ano os adultos poderiam voltar a ser crianças. Maneira de dizer, claro. É impossível retroceder quanto à idade. Mas que tal se a cada 21 de março, quando se comemora o Dia Mundial da Infância, resgatássemos pensamentos e atitudes que nos acompanhavam quando subíamos em árvores, dávamos cambalhotas, soltávamos pipa, brincávamos de roda, de boneca, fazíamos travessuras que arrancavam sorrisos de faces sisudas.

Não proponho que deixemos responsabilidades pra lidar com brinquedos, plantar bananeira no meio do escritório ou se pendurar no galho de uma árvore em plena calçada. Mas podemos fechar nossos olhos por alguns instantes e nos observarmos. Será que nos tornamos tão somente resultado do meio em que vivemos depois de adultos, cedendo a pressões, atendendo expectativas de outras pessoas, sendo tratores sobre vidas humanas? Ou mantivemos nossa integridade, inocência, justiça e lealdade?
Eu soltava pipa. Adorava quando uma caía lá em casa. Mas não demorava e os meninos batiam palmas ao portão. Todos se diziam donos dela. Só que não imaginavam que teriam que passar por um teste. “Se você é o dono, qual a cor da pipa que caiu no nosso quintal?”. Como não acertavam, eu e minha irmã ficávamos com a cobiçada pipa. Defendíamos nosso interesse, mas dávamos a oportunidade aos demais.

Se “cada pessoa pensa como pode...”, como disse Mário Quintana, eu desejo poder pensar como criança não apenas uma vez ao ano. Contudo, entendo que é preciso também matutar como “gente grande” pra não cair na armadilha de quem sepultou em definitivo a pureza do passado de cada um de nós. Muitos já não entendem a linguagem de um adulto-criança.

Thiago de Mello acredita “que os homens, embora se façam de fortes, se façam de grandes, no fundo carecem de aurora e de infância (...) porque é de amor que o mundo tem precisão”. Se tiver uma criança dormindo em você, acorde-a pra que uma nova história seja contada e vivida.
* Texto publicado em 21/03/2006 no Jornal Monitor Campista, onde tenho uma coluna semanal.
Foto by Fátima Nascimento

30 março 2006

Só com muito humor...

Sou fã de charges e caricaturas. Assim sendo, claro que sou super fã dos trabalhos do querido Nei Lima. A charge acima é dele. Nei está sempre atento aos acontecimentos e brinda seus leitores com sugestivos e bem-humorados "desenhos". Ele é 10! Eu recomendo o blog deste talentoso e simpático artista, que, inclusive, está em meus favoritos (Caricarte) no lado direito deste blog . Quando vier aqui, dê uma espiada . Você vai gostar! Ele me deu sinal verde pra postar seus trabalhos neste meu modesto espaço sempre que eu desejar. Valeu, Nei!

29 março 2006

"Perdas & Ganhos"

Gosto desta foto que tirei há mais ou menos dois anos numa partida da seleção brasileira de basquete. É só olhar pra feição dos "personagens", observar seus gestos... Todos desejavam ser vitoriosos. Mas a vitória de um time é a derrota do outro. Assim também é a vida dia-a-dia. Nem sempre ganhamos. Nem sempre merecemos ganhar. O outro pode estar precisando mais, pode ter se empenhado mais. Mas o legal é não perder a auto-estima, a fé. Se não foi desta vez, quem sabe amanhã.

Lya Luft, escritora que admiro, diz que "o grande pessimista colhe todas as notícias ruins do jornal e manda aos amigos cada manhã; acha que o ser humano não presta mesmo, o mundo é mero palco de guerras e corrupção. O excessivamente otimista acha que a realidade é a das telenovelas e dos sonhos adolescentes, das modas, das revistas (...). O sensato (não o sem graça, não o chato) sabe que o ser humano não é grande coisa, mas gosta dele; que a vida é luta, mas quer vivê-la bem; que existem - além de injustiça, traição e sofrimento - beleza e afeto e momentos de esplendor. Que se pode confiar sem ser a todo momento traído por quem se ama" (trecho de Perdas e Ganhos).

O que acha?

28 março 2006

Alerta em Atafona: maré alta

Clima tenso na praia de Atafona, em São João da Barra/RJ. De acordo com matéria publicada no jornal O Diário, o Serviço de Hidrografia da Marinha prevê ondas de cerca de dois metros a partir desta terça 28. Na quarta, a alta da maré "deve ocorrer a partir das 14h51 e na quinta-feira, a partir das 15h26".

A Defesa Civil Municipal já teria alertado os moradores que residem em áreas de risco via emissoras de rádio. Nos últimos 10 anos, dezenas de casas e várias ruas já foram "tomadas" com o avanço do mar.
Acima mais uma foto que fiz no dia 20/03/2006, quando estive em Atafona.

27 março 2006

Um mar de incertezas

Em Atafona, praia do município de São João da Barra/RJ, o mar avança, destruindo edificações. Acima está o que sobrou de uma casa. Na maré cheia ele "lambe" mais obras e ganha mais espaço. O fenômeno existe há mais de 10 anos e propicia bonitas paisagens para fotos, mas também o desespero de moradores e veranistas. Na foto abaixo você vê o que está na frente da fachada da casa já inexistente.

Em tempo: as fotos foram tiradas por mim em 20/03/2006.

26 março 2006

Em busca de risos


Eu gosto de ler coisa engraçada”, disse minha sobrinha como sugestão sobre o que eu deveria escrever. Para as crianças tudo é muito simples. “Não tem nada simples, é muito complicado”, intrometeu-se, lendo cada palavra que teclo ao computador. Ela confessa que gostaria de ter nascido sabendo tanta coisa que a escola seria desnecessária. Estudar, fazer provas, exercícios são desafios em seu dia-a-dia.

Minha sobrinha é uma privilegiada. Muitas crianças não têm a chance de estudar, sequer sonham em ter uma profissão, constituir um lar quase perfeito. Mas dá pra entender. Quando crianças nós não temos entendimento amplo sobre o que vemos ou sentimos. Deixamos que nosso espírito infantil alce vôo e nos conduza suavemente ao reino encantado da imaginação.

O pensamento viaja quando nos são contadas estórias. Ele nos conduz do presente ao futuro desejado num piscar de olhos. Vez ou outra chega um ser chamado adulto e traz o pequenino de volta ao seu habitat, nem sempre adequado a uma criança.

Embora muito nova, minha sobrinha tem sua preferência. Ela não quer ler sobre meninos e meninas entregues ao vício, fome, prostituição, embora saiba que existem. Não quer ouvir sobre mensalões, mensalinhos, maracutaias outras.

Fez a escolha dela: prefere comédia ao drama, prefere rir a chorar. Quer ler “coisa engraçada”. Eu bem que gostaria de só ter “coisa” divertida a dizer. Não é assim. Mas que bom que essa menininha me faz sorrir...

* Foto by Fátima Nascimento
* Texto veiculado também no Jornal Monitor Campista, onde publico crônicas/artigos semanalmente.

24 março 2006

Pescadores de soluções


Depois de alguns dias sem "dar o verbo", cá estou. Saí um pouco da rotina e fiquei sem acesso à internet. A foto acima é uma das imagens que captei no período de descanso. Se bem que as preocupações nos acompanham onde quer que estejamos.

Seria ótimo se pudéssemos pescar "soluções", como tenta este jovem pescar peixes. Tentativa vã, pelo que pude notar. O importante mesmo é não desistir. Há dias que a maré - como se diz - não está pra peixe. Noutros, entretanto, tudo nos é favorável. O essencial é sabermos lidar com as duas situações, mantendo o equilíbrio e a confiança, sem tirar os pés do chão, mas deixando que a mente alce tal vôo que nos permita enxergar as respostas que precisamos.

Agradeço aos que têm visitado este meu "cantinho". Quem entra aqui "pesca" modestas palavras, mas elas são cuidadosamente lançadas para serem compartilhadas.

Foto by Fátima Nascimento

16 março 2006

Atrás da nossa porta

O que existe atrás da porta da nossa vida? Um mar revolto ou tranqüilo? Todos temos altos e baixos. Momentos em que estamos tão bem que nossa alegria é contagiante, mas há ocasiões em que há uma "tempestade interna". Nestas horas nos controlamos para não explodir, não falar além do necessário, não magoar e nos machucarmos também. Conviver com o que nos cerca sem perder a sensatez e harmonia é o grande desafio de nossa existência.


Foto by Fátima Nascimento (Praia de Atafona/São João da Barra-RJ)

14 março 2006

Nascimento

Nasci às quatro e meia da tarde de um dia 14 de março. Muito já se passou nesta minha caminhada até este momento. Caí, levantei... Chorei, sorri... Não sei o que mais virá. O que rogo a DEUS é que continue a me abençoar. Peço especialmente sabedoria para lidar com fatos, pessoas etc. Que eu possa seguir adiante sem esquecer o que ficou lá atrás, pois tudo me serve de ensinamento. Que meu caminhar vá ao encontro da PAZ. Amém!
Foto by Fátima Nascimento (auto-retrato)

13 março 2006

Registro: eleição em Campos

Embora tenhamos saído de uma eleição municipal no domingo 12, em Campos, não gostaria de falar sobre política. Mas não dá pra fugir do tema. Ainda não acabou. Vem aí o segundo turno em 26 de março. Eleitores preparam-se pra um novo embate e outros ainda tentam entender o que aconteceu. Parece que a lição não foi assimilada ou há um imenso prazer em ser rebelde. Já começo a achar que somente no final de 2008, ao final de um mandato, esta história de instabilidade no governo terá um fim.

Não me chamem pessimista. Mas somente o tempo vai responder. Quem acompanhou pela mídia a cobertura das eleições em Campos/RJ (12/03), sabe que houve denúncias de compra de votos. A Polícia Federal ouviu algumas pessoas suspeitas de crime eleitoral. Há fatos a apurar e esclarecer.

Também pelo que se ouviu, um dos partidos está disposto a pedir a anulação dos votos recebidos por um candidato de sigla adversária que passou para o segundo turno. Daí a suposição de que o fim não está próximo. Sem falar que há ainda pendência judicial quanto à eleição de 2004.

Em tempo: a eleição para prefeito que ocorreu em 2004 foi anulada devido a compra de votos e utilização de programas de governos em prol de campanhas. Por isso foi realizada nova eleição.

Quem quiser mais informações sobre a última eleição, inclusive nº de votos e candidatos que concorreram, recomendo o blog de Roberto Moraes, que sugere também outros links interessantes para acompanhamento do episódio. Veja !

11 março 2006

Registro em imagens

Esta é uma das imagens da mostra Flashes no Judiciário, que aconteceu em dezembro de 2005, no Fórum Nilo Peçanha. Foram 60 fotos captadas por mim em Campos/RJ. A maioria delas de serventias judiciais do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. A foto ao lado foi tirada em março de 2004, quando da reforma do Fórum Nilo Peçanha. Planejo uma segunda mostra com uma temática bem diferente. Foi minha primeira experiência neste sentido. Valeu!

10 março 2006

Eleição não é brincadeira

Domingo, dia 12, tem eleição para prefeito de Campos/RJ. Que o próximo governo encare a problemática social deste município. E resolva!

Tem que haver bom-senso na escollha do Chefe do Executivo.

Como se diz: quem teve a chance de fazer e não fez, perdeu a vez.


Foto by Fátima Nascimento

09 março 2006

Cobras na vizinhança

O bairro Alphaville, em Campos (RJ), tem muitos terrenos sem construção. A maioria deles está com mato, propiciando a proliferação de ratos e até de cobras. A da foto entrou no quintal de uma casa, onde crianças brincavam. Assustadas, elas foram pra rua aos gritos e chorando. Eu estava com minha câmera e registrei o momento em que o animal saiu da casa e foi para um dos terrenos. Assim não dá!

Foto by Fátima Nascimento

Humana

Há momentos em que o cansaço, a decepção, o "não dar conta" sufocam... Nessas horas, eu saio de dentro de mim e esbravejo. E a ves...