29 março 2024

Humana

Há momentos em que o cansaço, a decepção, o "não dar conta" sufocam... Nessas horas, eu saio de dentro de mim e esbravejo. E a vestimenta de harmoniosa, silenciosa, tranquila ficam tão apertadas que são arrancadas, forçosamente. 

E sigo, resilientemente.


03 março 2024

Quando o grito interior sai de casa

Em casa,

o direito ao berro

devia ser universal.


Em regra,

portas e janelas alheias espreitam,

assombradas.


É preciso saber muito de si

para não se alienar ao discurso

de Outros;

 e sustentar o direito à saída 

do grito interior.

05 fevereiro 2024

entremeios

entre
linhas
surge a palavra.

entre
linhas
surge a roupa.

nas entrelinhas,
refugiamo-nos
(ou aparecemos). 

Fátima Nascimento

04 fevereiro 2024

Vulnerabilidade


Sou aquela pessoa que beija os animais; que se compadece ao vê-los abandonados nas ruas ou sofrendo maus-tratos em suas casas (e tenta fazer algo). E por mais que eu cuide dos meus, sou aquela que considera que ainda é pouco... Olho pra eles e vejo carência de atenção e de maiores cuidados quanto à saúde (há sempre mais a ser feito). 

Recentemente, ouvi de uma pessoa (ao ver-me sensibilizada com um gato que precisa de adoção) que "não demora" os meus cães "vão começar a partir" e que - então - ter um outro animal não vai representar muito pet em casa (atualmente, tenho 05 cães e 02 gatos). Entendi sua fala racional; no entanto, como foi triste ouvir sobre o futuro certo.

O gato (que praticamente mora na frente de minha casa) segue precisando de um lar pra chamar de seu. Eu sigo sabendo disso e de coisas que preferiria não saber, mas sobre as quais não posso fugir ou ocultar.

Como é pra você?
 

20 janeiro 2024

Grito interior

Acontece de nos arrependermos do grito porque não merecemos ouvi-lo. Explosões ocorrem e vão contra nossa essência. O berro dado é um apelo de BASTA. Mas como é doloroso saber-se "sem controle". 

Romper o silêncio com exaltação não deveria ser o necessário para ser ouvido (e respeitado).

14 janeiro 2024

Traumas e consequências

"(...) uma criança exposta à violência familiar, encontrará, na vida adulta, dificuldade para estabelecer relacionamentos estáveis baseados na confiança" (Bessel van der Kolk, em O corpo guarda as marcas: cérebro, mente e corpo na cura do trauma).

Amando a leitura da obra do psiquiatra Bessel!

Ele também disse:

"(...) Uma experiência traumática pode se reativar ao menor sinal de perigo, mesmo muito tempo depois de ela ter acontecido, mobilizando circuitos cerebrais prejudicados e produzindo uma quantidade absurda de hormônios do estresse. Surgem então emoções desagradáveis, sensações físicas intensas e ações impulsivas e agressivas. (...)".

Se você se interessa pelo tema, recomendo.

Tantos pensamentos (e entendimentos) a partir dessa leitura. 

09 janeiro 2024

Enigmas

No silêncio, 

as ondas do mar 

ganham voz;

os passarinhos gorjeiam, 

intensamente.

O silêncio revela o que tem importância.


Humana

Há momentos em que o cansaço, a decepção, o "não dar conta" sufocam... Nessas horas, eu saio de dentro de mim e esbravejo. E a ves...