22 dezembro 2009

Pequenos Cantores da Planície



Coral Pequenos Cantores da Planície apresentou nesta terça, 22, músicas natalinas nas janelas do Solar do Visconde de Araruama, Prédio do Museu de Campos, na Praça do Santíssimo Salvador.
Fotos: Fátima Nascimento

07 dezembro 2009

Nas linhas do rosto

Depois de vinte anos voltei ao asilo que visitava no início de minha juventude. Meus cabelos ainda não estão brancos como os daquelas senhoras e nem dores no corpo me acompanham, felizmente.

Apesar dos anos somados à minha idade, fiquei contente em perceber que a sensibilidade não mudou. Evidentemente que uma maturidade me acompanha; um novo olhar sobre a velhice, uma compaixão diferente e uma sensação, quase certeza, de impotência.

Vi rostos conhecidos e deixei de ver tantos outros, mas percebi nos novos moradores características das senhoras com quem eu conversava em minhas primeiras visitas ao asilo.

Lembrei com alegria de uma antiga habitante daquele lugar – na época com 100 anos – que cantava e eu registrava a voz dela no gravador. Foi emocionante quando se ouviu cantando, sem saber que estava sendo gravada e sem enxergar o gravador, uma vez que já sem a visão.

Percorri todos os alojamentos. Vi todas as camas. Seus armários e simples pertences. Chamou minha atenção um pequeno ser debaixo de um lençol, sem que alguma parte do corpo estivesse à mostra. O tamanho era de uma criança pequena, mas, por certo, tratava-se de uma mulher bem madura. Como tive vontade de ver seu rosto...

Ao conversar com uma senhora ela se lembrou de uma música que disse ter sido proibida de cantar por causa da guerra. Uma canção que falava do Brasil – um país varonil. “Não é mais proibido. A senhora pode cantar.” E ela cantou...

Mulheres maduras na idade. Experientes na vida. Sedentas de atenção ou já isentas de vontades. E quando conversam falam de histórias tão passadas e nem todas sabem a idade que possuem. Mas os anos de vida são mero detalhe naquele celeiro de brava gente brasileira.

O Brasil da antiga ditadura, da contemporânea corrupção, da idolatria monetária não é sempre pátria gentil pra quem arduamente lutou por um sustento digno, uma moradia justa, uma educação de qualidade para seus filhos e netos. Não vi no asilo pais de marajás, nem marajás. Vejo um descaso social. A instituição em si não é culpada.

Falta a alardeada vontade política. Falta justiça social. Falta humanidade. Falta “ler” nas linhas daqueles rostos as histórias individuais e respeitá-las. E não permitir que o ponto final seja o abandono da sociedade.

23 novembro 2009

Vestígios

















passos
racionais
irracionais
pegadas
seres
folhas
Terra
lugar de todos
vestígios nossos
Foto: FNascimento

20 novembro 2009

O jornalismo e a ciência

O repórter especial da Rede Globo, Marcelo Canellas, proferiu na quinta, 19/11, palestra no Centro de Convenções da Uenf - Universidade Estadual do Norte Fluminense. Ele fez uma breve abordagem sobre "O papel do jornalista na comunicação da ciência".

Durante sua explanação, Canellas exibiu três reportagens especiais sobre o cerrado brasileiro, tendo como base estudos realizados por pesquisadores.

"O papel do escritor é jogar uma luz sobre o que está obscuro. O mesmo deve fazer o jornalista", disse.

O jornalista participou do Pré-Simpósio de Jornalismo Científico. O simpósio propriamente dito será realizado dias 25 e 26 de novembro, na Uenf, em Campos/RJ, a partir das 16h.
Foto: FNascimento

Humana

Há momentos em que o cansaço, a decepção, o "não dar conta" sufocam... Nessas horas, eu saio de dentro de mim e esbravejo. E a ves...