14 dezembro 2012

Na frente da porta está 2013

                                  Foto: Fátima Nascimento
Daqui a pouco será aberta a porta de 2013. Muitos de nós passaremos por ela e estaremos em um novo ano. É natural que haja expectativas sobre o que está na frente de portas, especialmente quando nunca vimos o que está do outro lado delas.

Há os que arrombarão a porta na contagem regressiva, como se tivessem colocado uma dinamite nela e que anseiam pelo momento da explosão. Tem também os que a abrirão vagarosamente, espreitando o que há adiante. E ainda há os que não chegarão a abri-la porque - como se diz - pra morrer basta estar vivo.

Esta semana conheci uma senhora de pele muito enrugada que teme que o coração dela pare de bater sem estar resolvida uma questão judicial que tem a ver com a casa onde moram ela e o marido. A minha expectativa é que semana que vem esta mulher tenha êxito em seu objetivo e possa adentrar 2013 em paz. Mas para que isso aconteça ela precisa que uma engrenagem jurídica funcione.

Precisamos uns dos outros. Necessitamos que haja sensibilidade quanto às mazelas sociais e morais. É urgente a mudança de atitude em vários setores, inclusive dentro das casas. Enquanto muitos continuarem se alimentando de lixo, é lixo que vão disseminar. Pense nos programas de televisão que assiste, nas letras das músicas que ouve, nas conversas que alimenta e das quais se nutre. São imprescindíveis em sua vida? Não podem faltar em 2013?

Se você deseja ver e sentir algo diferente quando romper a porta que separa o velho do novo ano, é fundamental que a diferença comece dentro de você. Se não for assim, será o "mais do mesmo". E se já não estava bom, continuará ruim e poderá até piorar. Se está bom, sempre pode melhorar.

O meu desejo é que possamos abrir a porta que nos conduz até 2013, mas não sozinhos. A minha oração é que ela esteja leve porque Deus seguirá comigo. E não estarei ansiosa por nada, pois Ele me sustenta e me guia os passos.


FELIZ 2013 PRA TODOS OS LEITORES DO VERBO SOLTO!

13 dezembro 2012

Contemplação

                                                             Foto: Fátima Nascimento
De roda
brincam
as nuvens 
e os coqueiros. 

12 outubro 2012

Palavras que vestimos

Palavras são importantes. Tanto são que a poeta Viviane Mosé diz que "a palavra é uma roupa que a gente veste". Aí pensamos sobre como está o nosso guarda-roupa de palavras. Há as roupas curtas, longas, vulgares, moralistas, politicamente corretas, neutras, coloridas... Escolhemos a peça conforme a ocasião ou temos o nosso estilo independentemente de onde estamos ou para donde vamos?

Talvez haja peças de roupas que precisam ser arrancadas do armário e nunca mais usadas. E nem devemos doá-las, pois se não servem pra nós, não devemos querê-las em outras pessoas. Há palavras que vestimos e temos vontade de rasgar, como se não tivessem existido. Mas já nos despimos delas. Alguém já as ouviu e nos mostramos com uma peça inadequada que feriu.

Com quais palavras você sai de casa todos os dias? Você usa a que está na moda sem se importar com a consequência dela ou você faz uma seleção e não se veste com qualquer uma? Tem quem se vista com o negativismo, com a antipatia, soberba, hipocrisia e outras roupas inúteis - ao meu ver.

Pense nisso e faça uma faxina no seu guarda-roupa de palavras. Afinal, uma palavra mal dita fala contra você e ainda pode ser copiada por quem acompanha a moda sem olhar para o próprio espelho.

Abaixo, como não poderia deixar de ser, as palavras da poeta Viviane Mosé, que - em minha opinião - escolhe bem as "roupas".


E você?
A palavra é uma roupa que a gente veste.
Uns gostam de palavras curtas.
Outros usam roupas em excesso.
Existem os que jogam palavra fora.
Pior são os que a usam em desalinho.
Alguns usam palavras caras.
Poucos ostentam palavras raras.
Tem quem nunca troca.
Tem quem usa a dos outros.
A maioria não sabe o que veste.
Alguns sabem e fingem que não.
E tem quem nunca usa a roupa certa pra ocasião.
Tem os que se ajeitam bem com poucas peças.
Outros se enrolam em um vocabulário de muitas.
Tem gente que estraga tudo que usa.
E você, com quais palavras você se despe?
(Viviane Mosé)

23 setembro 2012

O que é ter esperança?

Foto: Fátima Nascimento
Todos nós temos o nosso conceito sobre ela. Mas ainda assim fui ao dicionário para ser fiel ao significado da palavra, onde está que esperança é o "sentimento otimista que leva à espera da concretização de desejos". Veja só: um dos requisitos é ser otimista. Portanto, o pessimista é um desesperançado. Não há  gota de expectativa positiva nele. Quanto à mim, sou cheia de esperança. E ela sempre me socorre.

Li certa vez que a esperança deve ser abandonada. Como assim? Pode-se perguntar. Talvez o lado negativo seja o de alguém estar sempre na espera, sem efetivamente "arregaçar as mangas", ter atitudes que levem à realização do almejado. Assim, penso que dá pra entender o que se quis dizer com a necessidade de "abandonar a esperança".

Você tem esperança? Se tem, o que tem feito com ela? Você apenas espera e espera sem que mova uma palha para que seu desejo torne-se realidade? Ou você acredita que é possível alcançar seu objetivo e batalha por ele?

Devemos ter a consciência do que queremos e assumir nossa responsabilidade para alcançar nossas metas. É um engano colocar em outra pessoa a culpa por uma frustração nossa.

Também no dicionário está que esperança  é um "inseto verde de corpo alongado que possui asas, antenas longas e emite um som característico". Pode ser que a única esperança que você enxergue hoje seja  o inseto. E ainda assim cada vez mais rara em tempo de urbanização crescente, barreiras de concreto... Ou talvez seus olhos estejam tão enferrujados que a natureza não lhe encante mais.

Tenho inúmeras esperanças. São desejos que alimento em meu dia a dia. Sei que para realizar sonhos preciso dar passos pra frente, ter mais disciplina, aprender mais e ousar fazer. Estou no caminho. Minha esperança move-me. E me renova a cada manhã. Que seja sempre assim.

21 setembro 2012

De volta ao blog

Há alguns meses não colocava minhas palavras neste blog. Não que elas estejam ausentes de mim. Não é isso. Elas não têm sido expressas em um papel ou página virtual, porém os pensamentos não dão trégua. As ideias pululam, indignações com acontecimentos sociais surgem, vontade de "gritar" contra a barbárie e desrespeito à população (e estamos tão perto das eleições municipais...). Também o desejo de falar da alegria que sinto a cada dia, das vitórias, das superações, do meu crescimento espiritual etc.

Sinto falta de escrever crônicas. E muita! Necessito de disciplina pra fazer isso ao menos uma vez por semana. E assim pousar no Verbo Solto e soltar os pensamentos e reter as palavras neste espaço, permitindo que sejam lidas e compartilhadas por tantos (ao menos espero que muitos leiam).

Não vou terminar sem dizer o que tem me incomodado muito ultimamente. Trata-se do consumo de drogas ilícitas - e também as lícitas. Já percebeu que não raro, quando são noticiados crimes, há o envolvimento de usuários ou traficantes de drogas? Se não atentou pra isso, passe a observar. Depois falarei mais sobre este tema. Se conhece alguém que deseja se libertar deste vício ou que precisa, deixe um comentário, ok?

Obrigada. E até breve!

17 fevereiro 2012

Moldura do Olhar



/ praia de atafona /, upload feito originalmente por Fátima Nascimento.
Esta foto clicada por mim em Atafona, São João da Barra/RJ, faz parte do ensaio fotográfico "Moldura do Olhar".

Mais imagens deste ensaio podem ser vistas clicando aqui.

16 fevereiro 2012

/ caos urbano /



/ caos urbano /, upload feito originalmente por Fátima Nascimento.
Até quando cenas como esta serão "aceitas"?

02 janeiro 2012

Faz de conta da virada

Primeira semana de 2012. E chove. Gosto de ver a chuva da minha varanda. É bom estar protegida sob um teto sem goteiras e ter uma coberta ao alcance de minhas mãos, além de agasalhos no guarda-roupas. Mas não está totalmente bom. Vi uma reportagem na televisão que nos faz valorizar o que temos, mas ao mesmo tempo bate doído na gente. Era sobre o réveillon de pessoas que moram nas ruas. Antes havia visto uma matéria sobre a comemoração da virada de ano do ex-jogador Romário. Tão contraditório!

Um dos entrevistados falou da dificuldade de conseguir emprego. Ele confessou que durante 10 anos "trabalhou com drogas". Quando tenta um trabalho, seus possíveis empregadores levantam sua ficha na polícia e a esperança de emprego escorre pelo bueiro. "A sociedade precisa ver os moradores de ruas como seres humanos", apelou o jovem que vive com sua mulher grávida de 7 meses na rua.

Será que ele ainda ainda é usuário de drogas? A mulher dele é dependente química? Por força de um trabalho social, converso com homens e mulheres que abandonaram suas casas numa entrega total ao vício. Tantos foram relegados pelas famílias que já não suportavam viver com um "inimigo" sob o mesmo teto. Os drogados passaram a viver em ruas escuras mesmo no clarão do dia.

As histórias podem ser diferentes ou bem semelhantes. O que não muda e deve ser defendida é a dignidade humana. Se há doentes físicos ou doentes da alma, que sejam acolhidos; que haja programas sociais eficientes e eficazes; que a prevenção seja feita nas escolas, igrejas, em casa.

Meu desejo é que em 2012 os nossos governantes não brinquem de chefe do executivo! Não há nenhuma graça em morar debaixo de viadutos e dividir espaço com ratos e baratas. Não é divertido não ter privacidade, não ter agasalhos, comida e não ter a opção de fechar a janela enquanto chove.

                                                                Foto: Fátima Nascimento

Humana

Há momentos em que o cansaço, a decepção, o "não dar conta" sufocam... Nessas horas, eu saio de dentro de mim e esbravejo. E a ves...