Não desejo falar de flores, mas
expressar um sentimento de inquietação. As mulheres que tanto batalharam pela
liberdade de expressão, valorização no mercado de trabalho, pelo direito de
voto e de serem votadas, na atualidade colocam algemas em si. A mulher torna-se
escrava de padrões estéticos e de pensamentos pensados por outras pessoas, sem
questionar.
O erotismo está presente em
novelas e na vida real. A mulher permite-se vulgarizar e ser objeto. Ficam satisfeitas
quando têm a entrada franqueada em casas noturnas, sendo “iscas” para atrair fregueses
e ficam embriagadas com doses mais baixas de álcool. Daí, em alguns lugares, o
ingresso delas ser autorizado antes do acesso dos homens, pois, quando eles
chegam, elas estão alcoolizadas.
A mulher adere à moda, mesmo que a
roupa não lhe seja apropriada. Não quer parecer démodé. Olha-se no espelho e nota
que o tempo escreve por meio de linhas. Vaidosa e orgulhosa, inicia processo de
deformação de seu rosto.
Mães vestem suas pequeníssimas meninas
como uma mocinha em miniatura. A consequência é a exaltação à vaidade e
sensualidade precoce. Quanto aos meninos, têm a chance de educá-los para que
sejam maridos respeitosos e participativos no lar, mas se omitem.
Peço desculpas se as palavras
nada têm a ver com você. Porém, quantas mulheres conhece? O “Dia Internacional
da Mulher“ lembra-nos que a vitória só é alcançada por quem sabe o propósito da
luta. Outras batalhas precisam ser vencidas. O período de alistamento está
aberto. E por tempo indeterminado.
Fátima Nascimento