25 março 2011

Visão

                                                                                                Foto: Fátima Nascimento



















o olho que vê
espreita
o outro

somos vistos
nem sempre sentidos

humanos
desumanos

riso
pranto
choro

vida à deriva
ou não

leme na mão
(melhor)

somos como barcos
na imensidão das águas
ou ancorados no chão


(Fátima Nascimento)
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16 março 2011

Nova idade

Esta semana inaugurei uma nova idade. Foi no dia 14 de março. Promovi uma comemoração bem diferente da de anos anteriores (geralmente não há festa). Fui ao encontro de pessoas queridas e festejamos a vida e a esperança que nos move. Momento ímpar: oração, louvores em agradecimento a Deus, bolo, refrigerantes e até bolas de soprar e chapéus - os dois últimos foram surpresas.

Sou grata a Deus pelos anos de experiência que estão acumulados em mim. E meu desejo é que esta bagagem seja fonte de sabedoria; que o aprendizado permita que eu erre menos; que eu não queira uma felicidade sozinha, mas acompanhada de amigos, amor e familiares.

Em tempo de redes sociais, recebi inúmeras mensagens carinhosas no Orkut e Facebook, além de torpedos e telefonemas.

Tanto a agradecer... Obrigada, Senhor Deus!

Compartilho, abaixo, com os leitores do Verbo Solto um texto da escritora e poeta Cora Coralina, com sábios conselhos de uma mulher que publicou seu primeiro livro aos 76 anos de idade.


De Cora Coralina:
"Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice. E digo pra você, não pense. Nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo. Eu não digo estou velha, e não digo que estou ouvindo pouco. É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.
Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. O melhor roteiro é ler e praticar o que lê. O bom é produzir sempre e não dormir de dia.

Também não diga pra você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais. Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima.

Eu não digo nunca que estou cansada. Nada de palavra negativa. Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica. Você vai se convencendo daquilo e convence os outros. Então silêncio!

Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha não. Você acha que eu sou?

Posso dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser. Filha dessa abençoada terra de Goiás.

Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos. Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.

Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes. O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade. Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor.
Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende".


(Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. Nasceu em Goiás, em 20/08/1889. Faleceu em 10/04/ 1985, aos 96 anos. Primeiro livro publicado aos 76 anos de idade).


10 março 2011

Bichos do “meu quintal”

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Esta rolinha bateu no vidro da janela e ficou um tempo em repouso pra se recuperar. O barulho da batida chamou minha atenção. Fui ver e não perdi tempo: registrei o acidente de percurso.

Mais fotos do ensaio “Bichos do meu quintal” você vê AQUI.

02 março 2011

Não custa perguntar

Se eu deixar um dicionário sobre o criado-mudo ele vai passar a falar?

* Da série perguntas bobas.


Quando o grito interior sai de casa

Em casa, o direito ao berro devia ser universal. Em regra, portas e janelas alheias espreitam, assombradas. É preciso saber muito de si para...