31 dezembro 2010

Passagem para


                                                                      Foto: Fátima Nascimento
















Malas prontas
Novo ano na bagagem
O velho ficará na lembrança
Saudade de alguns momentos
Viagens, novas amizades...
Satisfação pelo já realizado
Vitórias a computar
Saldo de esperança
Para o ano que chega
Dança, poesia, música
Grito do corpo
Sussuros da voz
Harmonia pela vida
Registros com e sem imagens
Mala aberta
Algodão doce nas nuvens
Pra não deixar de sonhar.

(Fátima Nascimento)


Caros leitores, 
Que a PAZ seja sentida em sua vida no ano de 2011, repercutindo em sua trajetória, seus projetos... Obrigada por estar comigo neste blog. Continuemos juntos. Na foto acima está o pôr do sol acompanhado por mim, em março/2010, do alto da Igreja da Sé, em Olinda-PE.  Momento muito especial vivenciado este ano.

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29 dezembro 2010

Entre experts

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Sim, nós usamos óculos e… dançamos!

Encontro bacana com os professores de dança de salão: Marcos Braga e Annelise Leal, em tarde de confraternização.

Quer dançar? Recomendo esta dupla!

28 dezembro 2010

Cartas no tempo

O tempo deixa marcas e cartas. Isso porque não as joguei fora após lidas. A maioria (foto) foi escrita por ouvintes em 2000, época em que fazia locução na FM Atlântica - 96,1.

Ao relê-las tive vontade de ter notícias dessa turma. Muitos compartilharam segredos, angústias, sonhos e desejavam atenção, troca de amabilidade, estímulo.

Se eu fui importante pra eles, como dizem, afirmo que foram muito especiais pra mim. E não deixaram de ser, o que reafirmo ao fazer a releitura de suas cartas às vésperas de um novo ano, sendo um alento e motivação pra seguir na estrada nem sempre reta, nem sempre sem obstáculos.

Como escreveu uma ouvinte: "Prometa a si mesmo ser forte de maneira que nada possa perturbar a sua paz de espírito".

Este é um desafio em qualquer tempo.

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27 dezembro 2010

De carona

                                                                                                Foto: Fátima Nascimento

Tanto lugar para pousar, mas teve que escolher exatamente o meu carro.
O pescador diria: "caiu na rede, é peixe"; eu digo: está na minha área, vira foto.
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24 dezembro 2010

Eu tenho um sonho...

                                                                                        Foto: Fátima Nascimento

Eu tenho um sonho. Não é verdade! Eu tenho muitos sonhos, desejos. Um deles é que uma cena como esta não esteja mais ao alcance das lentes das máquinas fotográficas, ao alcance do nosso olhar. Uma vontade que grita em mim de que não existam mais humanos com vida sub-humana.

Mas eu sei - e como - que isto dificilmente acontecerá neste plano. E agora, quando se aproxima o Natal e um novo ano já nos espreita a poucos dias de chegar, eu penso que só mesmo um MILAGRE pra que esse sonho seja realizado. E ainda mais: que mazelas sociais, degradação humana e injustiças cessarão apenas quando Jesus voltar. Há quem não acredite, mas eu creio.

Assim, na véspera do Natal, data que celebra o nascimento de Jesus Cristo, o enviado por Deus, venho dizer que meus olhos ainda se abalam com a desigualdade social, que meu coração estremece quando vejo jovens entregues à droga, que devemos não deixar morrer em nós a capacidade de indignação e nos reconhecer capazes de provocar alguma mudança, sendo "soldados" d´Ele. Não é fácil, mas "Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos".

Celebremos o nascimento de Jesus Cristo e a vida que está garantida n´Ele. Um Natal abençoado pra você e sua família e muito obrigada por ser leitor do Verbo Solto.

23 dezembro 2010

Bichos do "meu quintal"

                                                                                                  Foto: Fátima Nascimento
"Tenho um Aferidor de Encantamentos (...)".
(Manoel de Barros)


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22 dezembro 2010

Meu jeito

                                                                                  Foto: Fátima Nascimento















sou desprovida
de superstição

passo debaixo de escada
não fujo do gato preto

não uso, necessariamente,
o branco na virada do ano

pulo ondas em qualquer época
na verdade, deixo que me cubram

não jogo flores ao mar,
embora ame o mar

viro o ano
sem uvas
sem champanhe
e até sem festa,
geralmente

não vejo shows da virada na tv

durmo
acordo sem ressaca

acho que sou exceção.

(Fátima Nascimento)

A última do ano


A última lua cheia de 2010 clicada por mim em 21/12. E a primeira da nova estação, o verão.
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19 dezembro 2010

Sorria e avance!

No meio fio, na corda-bamba, na linha férrea do trem que vem a qualquer momento. São as dúvidas e angústias que assaltam o riso. Virada de ano é um pouco isso. Criamos algumas novas expectativas, mas sabemos – ou deveríamos saber - que depende muito do que faremos em prol de nossos desejos. Vontade latente de que não seja apenas mais uma mudança de calendário. Avancemos! 


Dois talentos das artes cênica e musical: Charlie Chaplin e Michael Jackson. 
Dê uma conferida neste vídeo e sorria. 

SORRI
Sorri
Quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos, vazios
Sorri
Quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri
Quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados, doídos
Sorri
Vai mentindo a tua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

(Charlie Chaplin)

Bichos do "meu quintal"

                                                                                                 Foto: Fátima Nascimento
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"Hoje eu atingi o reino das imagens, o reino da despalavra.
Daqui vem que todas as coisas podem ter qualidades humanas (...).
Daqui vem que os poetas podem compreender o mundo sem conceitos.
Que os poetas podem refazer o mundo por imagens,
por eflúvios, por afeto".

(Manoel de Barros, em "Despalavra")



Neste 19/12/2010, o poeta Manoel de Barros completa 94 anos de idade. Manoel reside em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Escrever integra sua rotina diária e ele se "refugia" no seu cantinho de ser inútil, como ele mesmo se refere ao escritório que tem em sua casa, para produzir poesia. O homem-menino Manoel produz "inutilezas" até hoje. E como eu me alegro com isso!


17 dezembro 2010

Sonho em flor

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Cada botão
desabrocha um sonho
A esperança está na rosa.

(Fátima Nascimento)

14 dezembro 2010

Espanto poético

Viagem ao Pantanal 775

Palavras se ausentam,
às vezes.
Fico sem grafia de mim
e não me leio ou soletro.
Pensamento estanca,
mas quer sangrar poesia.
Sinto presa a voz
numa amordaça de silêncio.
Não quero me dizer o que já sei
temo repetir o que não deveria ser.
Agora muda,
tento mudar o mundo em mim.
Se a poesia nasce do espanto,
como diz Ferreira Gullar, o poeta,
que meu silêncio
tome um susto e grite em versos.

(Fátima Nascimento)

11 dezembro 2010

Bichos do "meu quintal"

                                                                                                 Foto: Fátima Nascimento

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"(...) Ainda não entendi porque herdei esse olhar para baixo.
Sempre imagino que venha de ancestralidades machucadas.
Fui criado no mato e aprendi a gostar das coisinhas do chão ...".
Manoel de Barros 

09 dezembro 2010

Bichos do “meu quintal”

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Com a imagem acima inicio modesto ensaio com fotos de animais/insetos que vejo da minha varanda, na varanda, na calçada, enfim, no espaço que é a minha casa ou a “extensão” dela. Objetivo: valorizar/focar a simplicidade e me estimular ao exercício fotográfico.

“Eu bem sabia que a nossa visão é um ato poético do olhar (...)”.
Manoel de Barros



07 dezembro 2010

O ano termina, outro chega

wayPoucos dias para o final de mais um ano. Lembranças de lutas pessoais e profissionais, de momentos de ilusão que fazem amadurecer. Mas há muitas vitórias e sou grata a Deus por elas. Sequências de quedas, colos, superação.

Mais uma vez me decepcionei com gente, mas também aprendi tanto com GENTE. Puxei minha orelha diversas vezes. Repeti erros. Acertei outras vezes. Uma missão me foi revelada.

Em alguns momentos vesti uma “armadura de soldado” para não ser machucada e não ferir outros com palavras duras que podiam saltar do meu coração. Eu me arrependo quando digo certas coisas. E dói em mim dizê-las.

Corri do perigo e fui ao encontro dele. Fui tola e sábia. Fui neutra e ativa. Fui ingênua e maliciosa. Acreditei em palavras bonitas, em botões de rosas arrancadas do pé e que nunca se abriram. Li gestos de forma errada; ouvi o que não foi pronunciado; criei expectativas equivocadas. Guerreei.

Aprendi dança de salão, mas sei que falta muito pra eu fazer bonito no tablado. Segui a intuição. Encantei. Desencantei. Iludi. Desiludi. Vivi cada instante com esperança e entrega. Eduquei ainda mais a minha sensibilidade por meio da arte. Tentei aprender sax!

A menina misturou-se a mulher. E se brincaram. E se cansaram. E se deixaram, às vezes. Escrevi tanta poesia que dá pra publicar um livro (falta patrocínio). Fotografei muito, mas ainda menos que gostaria. Viajei. Driblei o desânimo. Eu me vesti de sol e de lua. Chorei a morte de um cão leal. Conheci novas pessoas e desejei não ter conhecido outras.

Foi um ano difícil. Foi um ano fácil. Foi um ano contraditório. Um ano de guerra civil no Rio de Janeiro e fiz a pergunta de muitos: “Por que demorou tanto?”. Recordei um tio assassinado no Rio. Questionei (e questiono) o que falta pra que estas ações aconteçam em cidades de menor porte, onde traficantes já ostentam poder em “seu” território.

Fui água que ara a terra. Cultivei o verde. Espinhos me feriram, mas insisti e vi rosas e flores desabrocharem lindamente em minha varanda. Conversei com os pássaros, com as plantas, com o céu e especialmente com o dono do Universo. Fui filha amável e respondona, irmã ausente e presente, tia coruja e educadora. A música embalou meus dias e noites, preencheu silêncios, abafou sons.

Estou inteira. Madura. Mas tenho muito ainda a aprender e realizar. Quiçá ensinar. E como me realizo com isso! Ano novo. Mais experiência. Vontades. Projetos. Sonhos que se renovam. Nascimento diário.

Que os versos e verbos falem de mim, em mim. Que sejam alento e jardim onde pensamentos aflorem e façam alguma diferença num mundo em que a individualidade é crescente. Que eu não me torne um deles.

Que o SER supere o TER. Que o BEM prevaleça em mim, em nós. Que Deus nos abençoe e proteja, sempre. Amém.

(Fátima Nascimento)

06 dezembro 2010

“Cala a boca e me beija”

 alcionearaujo
“Cala a boca e me beija” dá título ao mais novo livro de Alcione Araújo, escritor e dramaturgo. Nesta segunda, dia 06, às 19h, ele lança a obra no Rio de Janeiro, pela Editora Record, na Livraria Argumento (Rua Dias Ferreira, 417, Leblon).

De Alcione fiz a leitura de “Nem mesmo todo o oceano” (romance), “Pássaros de vôo curto” (romance), “Urgente é a vida” (crônicas) e “Escritos na água” (crônicas). Recomendo! Abaixo trecho da crônica “Meu sonho”, de Alcione Araújo.
“(…) Democratizar a educação e a cultura é produzir cidadãos de saber crítico e transformador, aptos a discernir o direito e o dever, o justo e o injusto, o certo e o errado e, ao mesmo tempo, mais sensíveis e humanos, que verão o outro como um semelhante, que pode pensar diferente, mas tem igual direito à vida e à busca da felicidade. Eis o meu sonho”.
Alcione Araújo

05 dezembro 2010

O último dia

IMG_7205Anunciaram que o mundo vai acabar amanhã. Tenho um espetáculo já marcado. Será o último de minha carreira. Quantas pessoas irão ao teatro no último dia de suas vidas?

E eu, o que farei? Vou cumprir o meu último compromisso profissional? Talvez não haja tempo nem para os aplausos. Uma peça sem o fim previsto no script, um final diferente... Quem sabe gritos da plateia, apelos de “nos deixe neste mundo mais tempo” e as perguntas ao Criador: “Por que agora?”.

Terei que improvisar, pular algumas falas e quando ouvir barulhos que sinalizam o fim dos tempos, deixar que pensem ser da sonoplastia do teatro. Assim o público não vai se desesperar. Então vou acelerar o desfecho da encenação.

Faço monólogos. Gosto disso. Sozinho no palco. Mas pela primeira vez queria que não fosse solo. Queria uma mão pra segurar, um olho perto pra contemplar, um riso rindo comigo no tablado. Alguém pra abraçar, aliviando e despistando minha tensão.

E o telefone? Deixo ou não ligado? Nunca vou com ele para o palco, claro. Mas será o dia último. E se aquela pessoa ligar pra dizer o que desejo ouvir há tanto tempo? Mas poderá ser um cobrador dizendo que é a minha última chance de pagar o débito e pode alertar que os “devedores vão para o inferno”. Tenho que decidir também isso. Ela, as dívidas, meu compromisso, aplausos silenciosos, minha missão. 

Missão? Caramba, será que cumpri minha tarefa neste mundo? Deu tempo? Não sei. O telefone está tocando... Quem será? Não conheço esse número. Vou atender. Uma voz de menino do outro lado da linha.

- Meu nome é Vinícius. Você não me conhece.

- E o que você quer? - logo perguntei.

- Eu tenho um sonho. Preciso de sua ajuda.

- Como assim? O que posso fazer? Que sonho é esse?

- Trabalhar em teatro.

- E daí?

- Deixa eu fazer a peça com você amanhã?

Fiquei um tempo sem fala. Passou um filme na minha cabeça. Lembrei de mim criança, da minha batalha pra estar no palco, das portas fechadas, das que se abriram pra que tudo acontecesse...

- Você escutou o que eu disse? – voltou a falar o menino, estranhando meu silêncio.

- Oi, estou aqui. Escutei, sim. Espero você no teatro amanhã, na hora do espetáculo. Vou ver o que a gente pode fazer.

- Tem mais uma coisa – anunciou o garoto.

- Tem? O quê?

- Quero segurar sua mão, ver seu olhar e sorrir pra você na hora que tudo acabar.

Gelei por dentro. Esse menino leu meus pensamentos? Então, perguntei:

- Quer sorrir? Por que se o mundo vai estar acabando?

- Porque você vai ter me ajudado a realizar meu sonho. E vou pegar na sua mão porque uma nova estrada vai começar e estaremos juntos e vou beber no seu olhar o gosto da missão que você cumpriu: a de emocionar por meio da arte.

Eu me despedi do menino. Desliguei o telefone. E fui dormir em paz. 

(Fátima Nascimento)

Madrugada

invento som
na noite muda

venta tímida a folha
e a luz amarela seu verde

tevê sem imagem
foto sem grafia

porém,
sigo inteira.

03 dezembro 2010

Colorir

conjugo cores
monto flores
no jardim
de vidas afora

vejo rostos
contemplo exemplos
no tempo
(desfaço dores)

remontamos a esperança
que grita
e quer ficar

entre colo e risos
colorimos 
o amanhã, hoje

(Fátima Nascimento)

01 dezembro 2010

Em rotação

peguei o tempo no colo
dormiu em meus braços
acordou e quis sair
antes, confessou:
sonhou com o giro d´uma roda
olhei pro relógio:
o tempo, na verdade, 
não descansou.

(Fátima Nascimento)

30 novembro 2010

O inquieto Carpinejar

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Fabrício Carpinejar leu uma de suas poesias na Bienal do Livro

















Fabrício Carpinejar é um cronista que tira de seu cotidiano motivos pra rir, mesmo que inicialmente a vontade dele seja de esbravejar com quem está ao seu redor. O homem também escreve poesia e por esta habilidade foi convidado a falar sobre “Poesia contemporânea” na VI Bienal do Livro de Campos, no dia 14 de novembro/2010, quando dividiu espaço com o poeta Artur Gomes.

Quem quiser acompahar o escritor, que este ano lançou o livro ‘Mulher Perdigueira”, pode ver seu blog em www.carpinejar.blogspot.com .

Curiosa, indaguei Carpinejar sobre a neutralidade de sua roupa (sem muita cor, mais discreta que em outras ocasiões). Ele simplesmente disse que gosta de surpreender. E me surpreendeu. Dele eu li “Canalha!”, livro que ano passado ganhou o prêmio Jabuti na categoria crônica.

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O poeta Artur Gomes na Bienal do Livro
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Fátima Nascimento e Fabrício Carpinejar

24 novembro 2010

Pausa

A palavra está presa
e se refugia no peito
Frágil, ela não se mostra
Cansada, se recupera

A palavra agora não quer falar
por adjetivos e verbos
Mas deseja ser lida
oculta

A palavra está em guerra
luta contra a aridez do descompasso
Quer não dizer,
não se revelar

A palavra pede um tempo
pra ser renovada.

(Fátima Nascimento)

23 novembro 2010

Palavra al dente

água arde
língua quente
ardente
al dente
no ponto de chuva
que reverbera
na terra
e germina
a semente
da mente
que inspira você
água ardente
que aumenta o fogo
entre gravetos
de palavras
e a pá lavra a terra 
do poeta.

(Fátima Nascimento)

21 novembro 2010

Proposta

alinhar seu corpo
na lente rente
ao meu olho

focar seu jeito
despir seu avesso
ver o nu d´alma

se você permitir,
eu o desenho
na imagem que vejo

exponho você dentro
e fora
para que se conheça
inteiro.

(Fátima Nascimento)

Pés que voam

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Os de Moacyr Scliar: médico e escritor na trilha da literatura.


VI Bienal do Livro de Campos em 11/11/2010
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20 novembro 2010

Show poético de Elisa Lucinda

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A atriz e escritora Elisa Lucinda participou da Bienal do Livro de Campos  no dia 13 de novembro. Durante o tempo em que esteve no palco da Arena Cultural, declamou poemas, contou histórias, fez rir e emocionar.

Abaixo um de seus poemas, extraído do site O dom de voar.
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MAR ADENTRO

É preciso chorar. As lágrimas são a chuva da gente, nuvens do nosso tempo íntimo precisam desabar. É preciso chorar, lágrimas são os rios do ser, as cachoeiras da gente, mudam nosso tempo simples, atualizam o nosso mar. É preciso chorar, é preciso à natureza copiar, é preciso aliviar e molhar a seca do coração. Se não chover, vira sertão, morre homem, morre gado, morre plantação. 
Elisa Lucinda

Tal pai, tal filho

Tem escritor mirim em construção na blogosfera. Trata-se de Vicente, 8 anos, filho do escritor Fabrício Carpinejar.

Confira em http://euvibichos.blogspot.com/

18 novembro 2010

Exposição de Wellington Cordeiro

 
Foto: Wellington Cordeiro
Nesta sexta, 19, véspera do Dia da Consciência Negra, será aberta exposição fotográfica de Wellington Cordeiro no foyer do Teatro Municipal Trianon, às 20h, em Campos/RJ.

Em 2008 ele esteve em Angola e certamente algumas fotos captadas durante a excursão fotográfica estarão na mostra em homenagem ao "Mês da Consciência Negra".

Ao lado uma das imagens clicadas em Angola por Wellington Cordeiro.

Vale a pena conferir o trabalho do fotógrafo que, além de talentoso, tem olhar privilegiado.

O espanto e a poesia

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Poeta Ferreira Gullar na VI Bienal do Livro de Campos





















A considerar o dito por Ferreira Gular na Bienal do Livro de Campos, este homem está há 80 anos poeta e vive “espantado”. Segundo ele, “o poeta nasce poeta, mas tem que saber usar o seu instrumento de expressão”. Sobre o espanto, ele explica:

- No fazer poesia a coisa fundamental é o espanto; algo que me surpreende e me revela um aspecto da realidade que eu ainda não havia percebido. O espanto é que gera o poema. Você tem que saber construir o poema – disse Gullar.

A conversa com o escritor aconteceu no dia 13/11, sob o tema “Ferreira Gullar: 80 anos de poesia”. A seguir, outras falas do poeta durante o evento:
“A poesia é uma invenção. Vivemos do que formulamos, do que inventamos”.
“O que crio é uma coisa verbal, o que o idioma possibilita. Eu não posso traduzir, eu posso inventar um poema, frases, mas não é aquilo que aconteceu”.
“Eu me preocupo com o país. As coisas têm que ser feitas com consciência e paciência”.
“A justiça é uma invenção do ser humano porque sem a justiça a sociedade não subsiste”.
“A vida é feita de acaso e necessidade”.

O poeta foi bastante prestigiado. Arenal Cultural lotada, com mediação da professora Arlete Sendra. Abaixo um poema de Gullar.


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Dois e dois: quatro


Como dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
embora o pão seja caro
e a liberdade pequena

IMG_7073Como teus olhos são claros
e a tua pele, morena

como é azul o oceano
e a lagoa, serena

como um tempo de alegria
por trás do terror me acena

e a noite carrega o dia
IMG_7086no seu colo de açucena


- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena

mesmo que o pão seja caro
e a liberdade, pequena.

(Ferreira Gullar)
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17 novembro 2010

O educador Fernando da Silveira

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Fernando da Silveira e Fátima Nascimento
Há pessoas que em determinado momento estão como “hóspedes” em nossa vida e sempre que a gente encontra tem a sensação de que nunca deixaram de estar presentes, apesar da distância física no decorrer dos anos.

Alguém que me passa essa sensação agradável é o querido Fernando da Silveira: meu professor em cursos de Jornalismo (1988-1991) e Direito (1993-1996).

Fiz questão de registrar o encontro casual com o professor na VI Bienal do Livro de Campos, no dia 14/11, como demonstração de meu carinho e respeito pelo homem e educador Fernando da Silveira, defensor da ética no jornalismo e na vida.

16 novembro 2010

15 novembro 2010

Amor demais em Vinícius

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José Castello e Zezé Motta na VI Bienal do Livro de Campos, ocorrida entre os dias 05 e 14 de novembro/2010. O tema da dupla foi “Vinícius de Moraes e o amor demais”.

Castello foi o primeiro autor a publicar a biografia de Vinícius de Moraes. Um homem que tinha a necessidade de estar apaixonado para escrever seus textos, daí ter casado inúmeras vezes.

Zezé Motta declamou algumas poesias de Vinícius. A participação deles ocorreu no dia 11.
Eu não existo sem você
Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você

Vinícius de Moraes

Ah, o tempo…

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… em breve será Natal de novo.

Monitor Campista: um ano de silêncio

Neste 15 de novembro de 2010 completa um ano do fechamento do Monitor Campista. Após 175 anos de história, o terceiro jornal mais antigo do país foi calado. Diversos profissionais da imprensa estão publicando textos no blog Viva Monitor, surgido ano passado a fim de mobilizar a sociedade para impedir o "assassinato" do jornal. Não adiantou. Houve a luta de alguns. Mas foi pouco o tempo permitido para alistar "soldados".

A minha colaboração neste dia ao blog Viva Monitor foi encaminhada. Fiz um singelo poema. Trabalhei dois anos no Monitor Campista, mas a minha passagem por lá foi tão marcante que eu poderia multiplicar por 10. Após ter saído do jornal, em junho de 2002, fui convidada a colaborar como cronista semanal, o que fiz durante quatro anos e foi uma etapa importante, pois passei a exercitar a prosa poética.

O Monitor Campista "morreu" fisicamente, mas continua muito vivo em nossas mentes e carreiras. Ainda sonhamos com a sua volta.


Guerreiro de papel

cento
e
setenta
e
cinco
anos
o tempo
passou
e passa
faz parte da vida
e da história
mas pra permanecer vivo
lutou
ele se vestiu do novo
em qualidade cresceu
não adiantou
foi despido de palavras
memória nua
apagada
afrontado indefeso
assassinado
no dia 15 de novembro de 2009
mataram o Monitor Campista
jornal centenário no tempo
guerreiro de papel
terceiro filho da imprensa no Brasil

(Fátima Nascimento)

Mia Couto e Agualusa na Bienal do Livro de Campos

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Registro do blog da presença dos escritores Mia Couto (Moçambique) e José Eduardo Agualusa (Angola) na VI Bienal do Livro de Campos. Eles falaram sobre “Leituras da África Contemporânea” no dia 12/11/2010, com a mediação de Rita Maia. 

“Ouvir um livro como quem escuta a própria vida. Isso é muito trazido do Brasil”, disse Mia Couto quando falou da literatura brasileira e a influência dela em sua obra. E acrescentou: “O escritor começa quando é capaz de escutar aquilo que são os silêncios dos outros”.

Quem conhece a obra do Mia Couto sabe o quanto a prosa poética está presente em seus escritos. Suas respostas confirmam tal preferência. Há poesia em suas palavras. Há um transbordamento de originalidade e sentimento em sua fala.

Em um diálogo entre personagens no livro Antes de nascer o  mundo, seu mais novo romance, é dito: “Ninguém é de uma raça. As raças são fardas que vestimos”. E noutro trecho: “… essa farda se cola, às vezes, à alma dos homens”.

A participação de Agualusa e Mia Couto foi um dos pontos altos da programação da Bienal do Livro de Campos, encerrada dia 14/11/2010. 

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José Eduardo Agualusa, escritor angolano

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Mia Couto, Agualusa e Rita Maia, mediadora do encontro

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Mia Couto, escritor moçambicano

14 novembro 2010

13 novembro 2010

Soletrando-se

aeroportoas palavras escorrem
dos dedos
unidas
versam em versos
sobre nada
e tudo
piram
inspiram
brotam da mente
desmentem
cansadas
elas repousam
na tela,
antes vazia,
preenchem o vácuo
do eu
pontuo
o final
não definitivo
apago o ponto, prefiro
nada termina
tudo começa
palavras escapam
e me letram
soletram

(Fátima Nascimento)

A descoberta do outro na literatura

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Suzana Vargas e Moacyr Scliar no Café Literário da Bienal do Livro de Campos




















“O exercício da medicina ajuda a literatura”, disse o médico e escritor Moacyr Scliar na Bienal do Livro de Campos. Autor de pelo menos 81 livros, Scliar falou, dentre outros assuntos, do conciliar a medicina com a a escrita literária.

Segundo Scliar, os pacientes o ajudaram na função de escritor: “A medicina parte de uma história”. Quando alguém procura o médico conta o que está sentindo e cria fantasias em relação à doença. “É interessante a maneira como as pessoas vivenciam sua doença (…). O trabalho do escritor completa o do médico”.

- A literatura nos ensina a descobrir o outro. Na medicina ocorre a descoberta do outro, doente  - falou o médico e escritor.

Indagado (por mim) sobre a razão do crescimento da dependência química, tanto em relação a medicamentos como em relação às drogas não lícitas, Scliar atribuiu essa realidade à necessidade que muitos têm de “preencher o seu vazio interior, colocar alguma coisa pra dentro”. E disse mais: “Reflete o desamparo em que vivem as pessoas na sociedade”. 

O autor ressaltou que a psicanálise pode ajudar fazendo com que as pessoas se dêem conta do que está acontecendo com elas e reajam positivamente, numa “expressão dos conflitos através das palavras. Na medicina a palavra é terapêutica; na literatura, é estética”.

Moacyr Scliar participou da Bienal do Livro de Campos no dia 11 de novembro, com o tema “O texto ou a vida: aventuras de um médico escritor” e mediação de Suzana Vargas. O evento prossegue até 14 de novembro, no Centro de Campos dos Goytacazes/RJ. Veja a programação AQUI.

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Moacyr Scliar e Fátima Nascimento
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Moacyr Scliar

Humana

Há momentos em que o cansaço, a decepção, o "não dar conta" sufocam... Nessas horas, eu saio de dentro de mim e esbravejo. E a ves...