Naquela ocasião, com uma sabedoria infantil, eu lhe disse: – Eu sei como não deve ser; o que não quero pra mim.
Naquele mesmo dia, pela primeira vez, vi meu pai chorar.
Há poucos dias conversava com um grupo de homens e compartilhamos a crônica “Criança adormecida”, escrita por mim em 2004. Debatemos algumas ideias daquele texto.
Um deles, entre 45 e 55 anos, disse que não teve infância e nem adolescência. Outros falaram de más companhias que tiveram, da falta de atenção dos pais. E ainda houve quem disse ter uma família “bacana”, com recurso financeiro, mas era infeliz.
A nossa reflexão foi excelente. Vejo naquelas pessoas sementes sendo germinadas. Um jardim cultivado para que sejam colhidas e repartidas “flores” que estão tomando consciência de seus limites, mas também de sua força.
Onde foi parar a criança que um dia você foi? A criança destemida, a que esbravejava diante de uma “injustiça”, a que era amável, a que sonhava?
Não dá pra ter a ingenuidade de outrora, mas podemos resgatar a alegria da juventude e a autenticidade terna da infância.
2 comentários:
Manamiga! Sem palavras...
Você está uma menina. Seu pai deve estar muito feliz de ainda poder segurar a criança que um dia cresceu. Esta árvore, estas sandálias, este sorriso... este olhar de pai que diz: Eduquei!
Estas presenças presentes hoje, num tempo de não mais se subir em árvores, muito menos em colos.
Lá se foi o buscar aconchego...
Que bom que parece estar retornando este tempo.
Eu acho que você abraçou um amanhã muito pertinho de acontecer.
E que abraço de pernas foi esse?
hehe! É preciso ser criança para entender os pequeninos do mundo todo.
Cês são lindos, sabia?
Que paisagem...
Postar um comentário