A depender
do autor,
quando
o GRITO sai,
muita
voz foi engolida
(ou abafada).
Meu olhar é educado a ver beleza em coisas simples (Fátima Nascimento).
Participei de uma atividade que me levou a refletir sobre as construções da nossa imagem no imaginário de outras pessoas; e a forma que tendemos a vestir a "roupa" que os Outros supõem caber em nós.
Ao pensar sobre essa questão, constatei que estou no exercício de destecer o que teceram sobre mim ao longo do tempo: não sou a "certinha"; a que diz "sim", sempre; a que não esbraveja; a que não se ira...
Há um peso na nossa desconstrução no imaginário alheio (e no nosso também).
É preciso seguir, no entanto. É no caminhar que a vida acon_tece.
Em casa,
o direito ao berro
devia ser universal.
Em regra,
portas e janelas alheias espreitam,
assombradas.
É preciso saber muito de si
para não se alienar ao discurso
de Outros;
e sustentar o direito à saída
do grito interior.
A depender do autor, quando o GRITO sai, muita voz foi engolida (ou abafada).