14 janeiro 2013

Uma telespectadora passiva de BBBs etc

Existe o fumante passivo. Não é novidade e todo mundo sabe o que significa. Agora também me enquadro noutra categoria: a do telespectador passivo (nem sei se já existe esta expressão por aí). Há anos não assisto a novelas, mas ouço muitos comentários a respeito. Não vejo Big Brother Brasil, mas estou inserida entre os que vêem o programa. O tema pode não me interessar, mas minha audição capta os sons ao meu redor. Vivo em sociedade.

Recentemente uma colega falava sobre alguém preocupadamente. Eu estava concentrada em meu trabalho e - como se diz - "peguei o bonde andando". Imaginei que havia acontecido algo com um familiar ou uma pessoa muito amiga. Nada disso. Tratava-se de ficção. Era sobre uma personagem de novela. Até fiquei aliviada.

Domingo, no Fantástico, foi exibido um trecho do BBB. Foi o bastante pra confirmar que ganho (e muito) ao deixar de assistir ao tal reality show. Talvez você seja um telespectador ativo de BBBs e novelas. Cada um alimenta a mente do que pensa precisar ou do que oferecem e, neste caso, sem qualquer questionamento. Eu optei por filtrar, conforme minhas necessidades intelectual, espiritual e emocional.

É verdadeira a máxima de que pra gente ter algo novo é preciso desapegar do velho e que é preciso que pensamentos e comportamentos sejam diferentes para que uma mudança desejada aconteça. Vale a pena uma espécie de faxina no cérebro, como quem tira dele o que obstrui a passagem para pensamentos renovadores.

Quando vejo pessoas alimentando-se de BBBs e novelas, mastigando cada episódio como se fosse  o derradeiro amendoim do pacote, imagino que deve ser insossa a vida de cada uma delas. É como se a história do outro fosse um êxtase e a sua própria uma edição medíocre que circula no planeta Terra.

Mas, é claro, pode não ser nada disso. Quisera estar errada em minha breve análise e permanecer uma telespectadora passiva de BBBs, folhetins tolos etc. Exceto, evidente, se até eles mudarem.

(Fátima Nascimento)

Um comentário:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Manamiga, há muito venho me perguntando o que faltou dar ao povo que ele se perde em coisas tão fugaz, sem sentido e que nada de positivo trás a ele.
É muita perda de tempo que poderia ser com tanta coisa que lhe traria tudo de melhor.

Esses "bes" sob nossos olhos e ouvidos só nos trazem a certeza de que o ser humano cada dia mais se desumaniza, se dissocializa, se despiritualiza, em monólogos em grupo. Nada inteligante.

Ainda náo vi nenhum espisódio desse 13, e pelo andar da minha carruagem baterei o recorde de não ver nenhum, pois não havendo possibilidade de ouvir de tabela, fico na certeza de que baterei o record. Tomara.

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Em casa, o direito ao berro devia ser universal. Em regra, portas e janelas alheias espreitam, assombradas. É preciso saber muito de si para...