31 dezembro 2010

Passagem para


                                                                      Foto: Fátima Nascimento
















Malas prontas
Novo ano na bagagem
O velho ficará na lembrança
Saudade de alguns momentos
Viagens, novas amizades...
Satisfação pelo já realizado
Vitórias a computar
Saldo de esperança
Para o ano que chega
Dança, poesia, música
Grito do corpo
Sussuros da voz
Harmonia pela vida
Registros com e sem imagens
Mala aberta
Algodão doce nas nuvens
Pra não deixar de sonhar.

(Fátima Nascimento)


Caros leitores, 
Que a PAZ seja sentida em sua vida no ano de 2011, repercutindo em sua trajetória, seus projetos... Obrigada por estar comigo neste blog. Continuemos juntos. Na foto acima está o pôr do sol acompanhado por mim, em março/2010, do alto da Igreja da Sé, em Olinda-PE.  Momento muito especial vivenciado este ano.

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29 dezembro 2010

Entre experts

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Sim, nós usamos óculos e… dançamos!

Encontro bacana com os professores de dança de salão: Marcos Braga e Annelise Leal, em tarde de confraternização.

Quer dançar? Recomendo esta dupla!

28 dezembro 2010

Cartas no tempo

O tempo deixa marcas e cartas. Isso porque não as joguei fora após lidas. A maioria (foto) foi escrita por ouvintes em 2000, época em que fazia locução na FM Atlântica - 96,1.

Ao relê-las tive vontade de ter notícias dessa turma. Muitos compartilharam segredos, angústias, sonhos e desejavam atenção, troca de amabilidade, estímulo.

Se eu fui importante pra eles, como dizem, afirmo que foram muito especiais pra mim. E não deixaram de ser, o que reafirmo ao fazer a releitura de suas cartas às vésperas de um novo ano, sendo um alento e motivação pra seguir na estrada nem sempre reta, nem sempre sem obstáculos.

Como escreveu uma ouvinte: "Prometa a si mesmo ser forte de maneira que nada possa perturbar a sua paz de espírito".

Este é um desafio em qualquer tempo.

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27 dezembro 2010

De carona

                                                                                                Foto: Fátima Nascimento

Tanto lugar para pousar, mas teve que escolher exatamente o meu carro.
O pescador diria: "caiu na rede, é peixe"; eu digo: está na minha área, vira foto.
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24 dezembro 2010

Eu tenho um sonho...

                                                                                        Foto: Fátima Nascimento

Eu tenho um sonho. Não é verdade! Eu tenho muitos sonhos, desejos. Um deles é que uma cena como esta não esteja mais ao alcance das lentes das máquinas fotográficas, ao alcance do nosso olhar. Uma vontade que grita em mim de que não existam mais humanos com vida sub-humana.

Mas eu sei - e como - que isto dificilmente acontecerá neste plano. E agora, quando se aproxima o Natal e um novo ano já nos espreita a poucos dias de chegar, eu penso que só mesmo um MILAGRE pra que esse sonho seja realizado. E ainda mais: que mazelas sociais, degradação humana e injustiças cessarão apenas quando Jesus voltar. Há quem não acredite, mas eu creio.

Assim, na véspera do Natal, data que celebra o nascimento de Jesus Cristo, o enviado por Deus, venho dizer que meus olhos ainda se abalam com a desigualdade social, que meu coração estremece quando vejo jovens entregues à droga, que devemos não deixar morrer em nós a capacidade de indignação e nos reconhecer capazes de provocar alguma mudança, sendo "soldados" d´Ele. Não é fácil, mas "Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos".

Celebremos o nascimento de Jesus Cristo e a vida que está garantida n´Ele. Um Natal abençoado pra você e sua família e muito obrigada por ser leitor do Verbo Solto.

23 dezembro 2010

Bichos do "meu quintal"

                                                                                                  Foto: Fátima Nascimento
"Tenho um Aferidor de Encantamentos (...)".
(Manoel de Barros)


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22 dezembro 2010

Meu jeito

                                                                                  Foto: Fátima Nascimento















sou desprovida
de superstição

passo debaixo de escada
não fujo do gato preto

não uso, necessariamente,
o branco na virada do ano

pulo ondas em qualquer época
na verdade, deixo que me cubram

não jogo flores ao mar,
embora ame o mar

viro o ano
sem uvas
sem champanhe
e até sem festa,
geralmente

não vejo shows da virada na tv

durmo
acordo sem ressaca

acho que sou exceção.

(Fátima Nascimento)

A última do ano


A última lua cheia de 2010 clicada por mim em 21/12. E a primeira da nova estação, o verão.
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19 dezembro 2010

Sorria e avance!

No meio fio, na corda-bamba, na linha férrea do trem que vem a qualquer momento. São as dúvidas e angústias que assaltam o riso. Virada de ano é um pouco isso. Criamos algumas novas expectativas, mas sabemos – ou deveríamos saber - que depende muito do que faremos em prol de nossos desejos. Vontade latente de que não seja apenas mais uma mudança de calendário. Avancemos! 


Dois talentos das artes cênica e musical: Charlie Chaplin e Michael Jackson. 
Dê uma conferida neste vídeo e sorria. 

SORRI
Sorri
Quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos, vazios
Sorri
Quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri
Quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados, doídos
Sorri
Vai mentindo a tua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

(Charlie Chaplin)

Bichos do "meu quintal"

                                                                                                 Foto: Fátima Nascimento
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"Hoje eu atingi o reino das imagens, o reino da despalavra.
Daqui vem que todas as coisas podem ter qualidades humanas (...).
Daqui vem que os poetas podem compreender o mundo sem conceitos.
Que os poetas podem refazer o mundo por imagens,
por eflúvios, por afeto".

(Manoel de Barros, em "Despalavra")



Neste 19/12/2010, o poeta Manoel de Barros completa 94 anos de idade. Manoel reside em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Escrever integra sua rotina diária e ele se "refugia" no seu cantinho de ser inútil, como ele mesmo se refere ao escritório que tem em sua casa, para produzir poesia. O homem-menino Manoel produz "inutilezas" até hoje. E como eu me alegro com isso!


17 dezembro 2010

Sonho em flor

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Cada botão
desabrocha um sonho
A esperança está na rosa.

(Fátima Nascimento)

14 dezembro 2010

Espanto poético

Viagem ao Pantanal 775

Palavras se ausentam,
às vezes.
Fico sem grafia de mim
e não me leio ou soletro.
Pensamento estanca,
mas quer sangrar poesia.
Sinto presa a voz
numa amordaça de silêncio.
Não quero me dizer o que já sei
temo repetir o que não deveria ser.
Agora muda,
tento mudar o mundo em mim.
Se a poesia nasce do espanto,
como diz Ferreira Gullar, o poeta,
que meu silêncio
tome um susto e grite em versos.

(Fátima Nascimento)

11 dezembro 2010

Bichos do "meu quintal"

                                                                                                 Foto: Fátima Nascimento

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"(...) Ainda não entendi porque herdei esse olhar para baixo.
Sempre imagino que venha de ancestralidades machucadas.
Fui criado no mato e aprendi a gostar das coisinhas do chão ...".
Manoel de Barros 

09 dezembro 2010

Bichos do “meu quintal”

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Com a imagem acima inicio modesto ensaio com fotos de animais/insetos que vejo da minha varanda, na varanda, na calçada, enfim, no espaço que é a minha casa ou a “extensão” dela. Objetivo: valorizar/focar a simplicidade e me estimular ao exercício fotográfico.

“Eu bem sabia que a nossa visão é um ato poético do olhar (...)”.
Manoel de Barros



07 dezembro 2010

O ano termina, outro chega

wayPoucos dias para o final de mais um ano. Lembranças de lutas pessoais e profissionais, de momentos de ilusão que fazem amadurecer. Mas há muitas vitórias e sou grata a Deus por elas. Sequências de quedas, colos, superação.

Mais uma vez me decepcionei com gente, mas também aprendi tanto com GENTE. Puxei minha orelha diversas vezes. Repeti erros. Acertei outras vezes. Uma missão me foi revelada.

Em alguns momentos vesti uma “armadura de soldado” para não ser machucada e não ferir outros com palavras duras que podiam saltar do meu coração. Eu me arrependo quando digo certas coisas. E dói em mim dizê-las.

Corri do perigo e fui ao encontro dele. Fui tola e sábia. Fui neutra e ativa. Fui ingênua e maliciosa. Acreditei em palavras bonitas, em botões de rosas arrancadas do pé e que nunca se abriram. Li gestos de forma errada; ouvi o que não foi pronunciado; criei expectativas equivocadas. Guerreei.

Aprendi dança de salão, mas sei que falta muito pra eu fazer bonito no tablado. Segui a intuição. Encantei. Desencantei. Iludi. Desiludi. Vivi cada instante com esperança e entrega. Eduquei ainda mais a minha sensibilidade por meio da arte. Tentei aprender sax!

A menina misturou-se a mulher. E se brincaram. E se cansaram. E se deixaram, às vezes. Escrevi tanta poesia que dá pra publicar um livro (falta patrocínio). Fotografei muito, mas ainda menos que gostaria. Viajei. Driblei o desânimo. Eu me vesti de sol e de lua. Chorei a morte de um cão leal. Conheci novas pessoas e desejei não ter conhecido outras.

Foi um ano difícil. Foi um ano fácil. Foi um ano contraditório. Um ano de guerra civil no Rio de Janeiro e fiz a pergunta de muitos: “Por que demorou tanto?”. Recordei um tio assassinado no Rio. Questionei (e questiono) o que falta pra que estas ações aconteçam em cidades de menor porte, onde traficantes já ostentam poder em “seu” território.

Fui água que ara a terra. Cultivei o verde. Espinhos me feriram, mas insisti e vi rosas e flores desabrocharem lindamente em minha varanda. Conversei com os pássaros, com as plantas, com o céu e especialmente com o dono do Universo. Fui filha amável e respondona, irmã ausente e presente, tia coruja e educadora. A música embalou meus dias e noites, preencheu silêncios, abafou sons.

Estou inteira. Madura. Mas tenho muito ainda a aprender e realizar. Quiçá ensinar. E como me realizo com isso! Ano novo. Mais experiência. Vontades. Projetos. Sonhos que se renovam. Nascimento diário.

Que os versos e verbos falem de mim, em mim. Que sejam alento e jardim onde pensamentos aflorem e façam alguma diferença num mundo em que a individualidade é crescente. Que eu não me torne um deles.

Que o SER supere o TER. Que o BEM prevaleça em mim, em nós. Que Deus nos abençoe e proteja, sempre. Amém.

(Fátima Nascimento)

06 dezembro 2010

“Cala a boca e me beija”

 alcionearaujo
“Cala a boca e me beija” dá título ao mais novo livro de Alcione Araújo, escritor e dramaturgo. Nesta segunda, dia 06, às 19h, ele lança a obra no Rio de Janeiro, pela Editora Record, na Livraria Argumento (Rua Dias Ferreira, 417, Leblon).

De Alcione fiz a leitura de “Nem mesmo todo o oceano” (romance), “Pássaros de vôo curto” (romance), “Urgente é a vida” (crônicas) e “Escritos na água” (crônicas). Recomendo! Abaixo trecho da crônica “Meu sonho”, de Alcione Araújo.
“(…) Democratizar a educação e a cultura é produzir cidadãos de saber crítico e transformador, aptos a discernir o direito e o dever, o justo e o injusto, o certo e o errado e, ao mesmo tempo, mais sensíveis e humanos, que verão o outro como um semelhante, que pode pensar diferente, mas tem igual direito à vida e à busca da felicidade. Eis o meu sonho”.
Alcione Araújo

05 dezembro 2010

O último dia

IMG_7205Anunciaram que o mundo vai acabar amanhã. Tenho um espetáculo já marcado. Será o último de minha carreira. Quantas pessoas irão ao teatro no último dia de suas vidas?

E eu, o que farei? Vou cumprir o meu último compromisso profissional? Talvez não haja tempo nem para os aplausos. Uma peça sem o fim previsto no script, um final diferente... Quem sabe gritos da plateia, apelos de “nos deixe neste mundo mais tempo” e as perguntas ao Criador: “Por que agora?”.

Terei que improvisar, pular algumas falas e quando ouvir barulhos que sinalizam o fim dos tempos, deixar que pensem ser da sonoplastia do teatro. Assim o público não vai se desesperar. Então vou acelerar o desfecho da encenação.

Faço monólogos. Gosto disso. Sozinho no palco. Mas pela primeira vez queria que não fosse solo. Queria uma mão pra segurar, um olho perto pra contemplar, um riso rindo comigo no tablado. Alguém pra abraçar, aliviando e despistando minha tensão.

E o telefone? Deixo ou não ligado? Nunca vou com ele para o palco, claro. Mas será o dia último. E se aquela pessoa ligar pra dizer o que desejo ouvir há tanto tempo? Mas poderá ser um cobrador dizendo que é a minha última chance de pagar o débito e pode alertar que os “devedores vão para o inferno”. Tenho que decidir também isso. Ela, as dívidas, meu compromisso, aplausos silenciosos, minha missão. 

Missão? Caramba, será que cumpri minha tarefa neste mundo? Deu tempo? Não sei. O telefone está tocando... Quem será? Não conheço esse número. Vou atender. Uma voz de menino do outro lado da linha.

- Meu nome é Vinícius. Você não me conhece.

- E o que você quer? - logo perguntei.

- Eu tenho um sonho. Preciso de sua ajuda.

- Como assim? O que posso fazer? Que sonho é esse?

- Trabalhar em teatro.

- E daí?

- Deixa eu fazer a peça com você amanhã?

Fiquei um tempo sem fala. Passou um filme na minha cabeça. Lembrei de mim criança, da minha batalha pra estar no palco, das portas fechadas, das que se abriram pra que tudo acontecesse...

- Você escutou o que eu disse? – voltou a falar o menino, estranhando meu silêncio.

- Oi, estou aqui. Escutei, sim. Espero você no teatro amanhã, na hora do espetáculo. Vou ver o que a gente pode fazer.

- Tem mais uma coisa – anunciou o garoto.

- Tem? O quê?

- Quero segurar sua mão, ver seu olhar e sorrir pra você na hora que tudo acabar.

Gelei por dentro. Esse menino leu meus pensamentos? Então, perguntei:

- Quer sorrir? Por que se o mundo vai estar acabando?

- Porque você vai ter me ajudado a realizar meu sonho. E vou pegar na sua mão porque uma nova estrada vai começar e estaremos juntos e vou beber no seu olhar o gosto da missão que você cumpriu: a de emocionar por meio da arte.

Eu me despedi do menino. Desliguei o telefone. E fui dormir em paz. 

(Fátima Nascimento)

Madrugada

invento som
na noite muda

venta tímida a folha
e a luz amarela seu verde

tevê sem imagem
foto sem grafia

porém,
sigo inteira.

03 dezembro 2010

Colorir

conjugo cores
monto flores
no jardim
de vidas afora

vejo rostos
contemplo exemplos
no tempo
(desfaço dores)

remontamos a esperança
que grita
e quer ficar

entre colo e risos
colorimos 
o amanhã, hoje

(Fátima Nascimento)

01 dezembro 2010

Em rotação

peguei o tempo no colo
dormiu em meus braços
acordou e quis sair
antes, confessou:
sonhou com o giro d´uma roda
olhei pro relógio:
o tempo, na verdade, 
não descansou.

(Fátima Nascimento)

Humana

Há momentos em que o cansaço, a decepção, o "não dar conta" sufocam... Nessas horas, eu saio de dentro de mim e esbravejo. E a ves...