29 agosto 2010

Bandeira branca

asilo_poesia

Maria
João
Esmeralda
Sílvio
No rosto, espera
No corpo, marcas do caminhar
Tantos rumos para um mesmo lugar
No asilo o tempo é quase parado
Seres com movimentos contidos
falam com olhos
Muitos tecem, na cabeça,
os fios de uma bandeira branca
E pedem paz.


(Texto e foto: Fátima Nascimento)
19.12.09

Um comentário:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Só deveria existir azilos se eles fossem cercados de flores e netos. E que de tempo em tempo um deles viesse balançar a cadeira, ajeitar o calçado nos pés e contar historinhas do dia.

Só deveria existir azilos, se as manhãs fossem amarelas de dia lindo no sorriso de mais um dia ao redor de todos.

Só deveriam existir azilos se as salas e quartos pudessem ecoar as cantorias dos jovens em seus violões.

Só deveriam existir azilos, se o tempo fosse o amigo e jamais inimigo.

Só deveriam existir azilos se Palavras de Vida estivessem nos ouvidos dos quietos, inquietos, e tantos eles e elas de cabeça branca ou não...

E assim, cheios de paz.

Meu Deus... azilos são depósitos. E depósitos nos entristecem por estarem armazenando coisas que correm o risco de serem esquecidas.

Deus nos ensina a cuidar dos nossos... Deus nos ensina...

Quando o grito interior sai de casa

Em casa, o direito ao berro devia ser universal. Em regra, portas e janelas alheias espreitam, assombradas. É preciso saber muito de si para...