26 março 2006

Em busca de risos


Eu gosto de ler coisa engraçada”, disse minha sobrinha como sugestão sobre o que eu deveria escrever. Para as crianças tudo é muito simples. “Não tem nada simples, é muito complicado”, intrometeu-se, lendo cada palavra que teclo ao computador. Ela confessa que gostaria de ter nascido sabendo tanta coisa que a escola seria desnecessária. Estudar, fazer provas, exercícios são desafios em seu dia-a-dia.

Minha sobrinha é uma privilegiada. Muitas crianças não têm a chance de estudar, sequer sonham em ter uma profissão, constituir um lar quase perfeito. Mas dá pra entender. Quando crianças nós não temos entendimento amplo sobre o que vemos ou sentimos. Deixamos que nosso espírito infantil alce vôo e nos conduza suavemente ao reino encantado da imaginação.

O pensamento viaja quando nos são contadas estórias. Ele nos conduz do presente ao futuro desejado num piscar de olhos. Vez ou outra chega um ser chamado adulto e traz o pequenino de volta ao seu habitat, nem sempre adequado a uma criança.

Embora muito nova, minha sobrinha tem sua preferência. Ela não quer ler sobre meninos e meninas entregues ao vício, fome, prostituição, embora saiba que existem. Não quer ouvir sobre mensalões, mensalinhos, maracutaias outras.

Fez a escolha dela: prefere comédia ao drama, prefere rir a chorar. Quer ler “coisa engraçada”. Eu bem que gostaria de só ter “coisa” divertida a dizer. Não é assim. Mas que bom que essa menininha me faz sorrir...

* Foto by Fátima Nascimento
* Texto veiculado também no Jornal Monitor Campista, onde publico crônicas/artigos semanalmente.

3 comentários:

Paulo Ribeiro disse...

Simples...

Anônimo disse...

E eu queria que o menininho dentro de mim vivesse pra sempre!

leticiabrandes disse...

Eu ainda nao tinha visto titia ! ficou maneiro d+! eu tinha esse pensamento qdo eu era + nova pena q eu hj em dia nao pense + assim!+ tudo bem é a vida...ela é assim mesmo as coisas passam e agente cresce por dentro e por fora!
Bjao
;-*

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